Árvores Vivas na Virada Cultural
Ao ir para o centro caminhando logo me deparei com uma imagem linda de uma Figueira no canteiro central da Av. Pacaembu. Na Virada Cultural de São Paulo que aconteceu no dia 26 para dia 27 de Abril pude conferir dois passeios que foram muito interessantes: A visita guiada noturna ao Parque da Luz foi maravilhosa. Todos os visitantes com lanterna nas mãos, guiados pela arte educadora da Pinacoteca, Solange, puderam conhecer e estimular a imaginação fazendo correlações com as esculturas presentes no jardim e o espaço do próprio parque que é o mais antigo da cidade de São Paulo, e conseqüentemente possui as árvores mais antigas trazidas de outros países. Durante a visita, as colocações de todos os participantes foram muito sensíveis e relevantes, instigadas pela Solange que nos guiou muito bem. Visitamos a Gruta, avistamos um Sabiá dormindo nos galhos de uma árvore, andamos debaixo das copas onde vivem as preguiças do parque e conhecemos Guilherme Teixeira, um artista plástico que estava durante a virada demonstrando seu trabalho – Unidade Epífita. Veja também fotos do trabalho dele no Flickr. Muito inspirador, deixando todos os amantes das árvores e aventuras empolgadíssimos para experimentar! Ao final dessa visita, refletindo sobre a integração da arte ao jardim e a inspiração na natureza, percebi que as pessoas deveriam também praticar a apreciação da natureza assim como fazem com a arte, admirando, cuidando, valorizando… No dia 27 a tarde, durante visita ao SESC 24 de Maio, haviam várias instalações muito divertidas e inteligentes como Nó na língua, Que língua é essa? Que barafunda é essa?, Camões Eletrônico, Interfaces, Sempre/Nunca Ganha/Perde, e a instalação interativa dos artistas: Rubens Espírito Santo, Angela Castelo Branco, Sílvia Marques e colaboração de Dorival Teixeira. Nesta última as pessoas podiam depois de observar num caminho limitado por paredes com representações de frases e gírias da nossa língua, entravam numa sala de aula onde o giz e a lousa convidava todos a deixar seu recado e expressão. O Árvores Vivas aproveitou para deixar sua marca já no final da Virada…
Além do cinza, metrópole tem muito VERDE
*matéria retirada da edição de Setembro de 2006 da revista RSVP – ano2 nº24 SP EM NÚMEROS São Paulo tem 1,5 milhão de árvores espalhadas por suas ruas e praças. 21% de seu território é coberto por áreas verdes. Para se ter uma idéia da distribuição da vegetação na capital, verifica-se que a região com maior proporção de cobertura verde é a de Engenheiro Marsilac, no extremo sul do município, com 26 mil m² por habitante. Na Lapa, são 11 m², na Vila Andrade 100 m², em Moema 24 m², no Morumbi 239 m² e no Tucuruvi 23 m². Uma das áreas com menor proporção de verde por habitantes é a da região da Sé, com 0,21 m² por habitante. Para diminuir essas diferenças e propiciar mais corredores verdes para a população, a prefeitura investe mais de R$2 milhões por ano, em um programa de plantio e manutenção de árvores. O resultado desta empreitada é que já foram plantadas em torno de 32 mil mudas entre março e junho deste ano nos canteiros de avenidas e da Marginal do Tietê, além de bairros por toda a cidade. São mais de 300 espécies diferentes. Entre as 10 mais plantadas estão araçás, ipês, cabreúvas, jerivas, paineiras e pitangueiras. Das mais de 20 espécies de ipês plantados na cidade, como o rosa e o amarelo, o primeiro a florir e deixar São Paulo mais bonita é o roxo. A arborização da cidade é feita em conjunto com as 31 subprefeituras. Uma delas, a do Jabaquara, responsável por mais de 100 praças, plantou, de janeiro a julho, 2 mil mudas de árvores na região. Entre elas, inúmeras de jequitibá, árvore que pode alcançar até 20 m de altura. Para se ter uma idéia desta empreitada, o plantio é feito por 4 equipes de 7800 funcionários, que, em duas semanas, chega a plantar mais de mudas. A subprefeitura do Butantã planta, em média, 300 espécies de mudas por mês, incluindo ipês e quaresmeiras. O paulistano não imagina, mas, para ter contato com árvores nativas, não é preciso nem sair da Avenida Paulista, basta visitar o Parque Trianon, que tem espécies como jequitibá com mais de 300 anos. No Parque Villa-Lobos, com 732 mil m² de área verde, há árvores com 15 m de altura e um bosque de mata atlântica. São Paulo tem ainda mais de 4 mil praças repletas de árvores e flores. Ao contrário do que as pessoas pensam, São Paulo não é só concreto e uma infinidade de prédios. A cidade tem, desde junho de 2001, a primeira Área de Proteção Ambiental (APA), a Capivari Monos – localizada no extremo sul da cidade, a 55 quilômetros do Centro – com 25 mil hectares, o equivalente a 1/6 da área do município. A capital também abriga 32 parques municipais, que correspondem a, aproximadamente 15.534.197 m² de área verde. Destes, o maior da capital é o Anhanguera, com 9.500.000 m² e o menor é o Parque Lino e Paula Raia, com 15.000 m². Mas o mais visitado e considerado o pulmão dos paulistanos é o do Ibirapuera, o segundo maior com 1,6 milhão de m² e o primeiro em visitantes. Nos finais de semana, chega a receber mais de 150 mil pessoas. Pelo Parque do Ibirapuera estão espalhadas 7 mil árvores e 700 espécies diferentes de plantas e flores. Para calcular a importância das áreas verdes para o paulistano, o primeiro jardim público criado na capital foi o Parque da Luz em 1825. Para cuidar das áreas verdes da capital, a Secretaria do Meio Ambiente conta com um orçamento anual de 106 milhões de reais.