Árvore certa, lugar certo
Imagino que deve ser bem antigo o ditado que diz: “Na vida devemos realizar 3 coisas: plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro.” Mais do que nunca, sinto as pessoas com uma vontade enorme de realizar a primeira dessas atividades, e com tanta gente querendo plantar, chegamos em um estágio onde é cada vez mais importante e necessário saber o máximo sobre a árvore que escolhemos. Plantar árvores é uma equação de bom senso, principalmente quando falamos de plantio em áreas urbanas! O primeiro passo para se chegar a um resultado positivo nesta equação é começar sempre realizando um levantamento do espaço que receberá a árvore quanto aos aspectos de: Insolação Tipo de solo Largura da calçada Fiação elétrica aérea Tubulação subterrânea de serviços Espaço disponível para canteiro Plantio sobre laje, em vaso ou direto no solo Proximidade de edificações Uso do espaço onde será realizado o plantio: passagem de pedestres, área de estacionamento, cercar uma área, etc. Cada um destes aspectos nos dá base de informações para sabermos como a árvore escolhida deverá ser nas suas características: Porte / altura quando adulta Tipo de raiz quando adulta Largura de copa quando adulta Necessidade de incidência de luz direta Características do solo Necessidades de nutrientes Destaque por suas flores, frutos, folhas ou arquitetura de tronco Nativa da nossa bioregião ou exótica? Cruzando estas informações com certeza chegaremos a um número mais limitado de espécies encontradas no mercado, que irão satisfazer nossa vontade de realizar um plantio consciente de uma árvore Além disso, é cada vez mais importante fazer opção por espécies nativas da nossa região geográfica e bioma. Por exemplo, uma árvore nativa do Brasil não é necessariamente nativa de todas as regiões do nosso país. Árvores exóticas são assim chamadas, por não serem nativas da região onde estão vivendo. Em São Paulo, estamos em uma das regiões mais ricas em diversidade de espécies nativas no mundo, mas por falta de conhecimento e disponibilidade no mercado as pessoas acabam optando por pouquíssimas opções de espécies. Ainda na cidade de São Paulo, podemos observar que muitas árvores foram plantadas sem nenhum tipo de reflexão sobre estes aspectos, e esta atitude sem planejamento, pode levar a termos mais tristezas do que alegrias enquanto a árvore cresce, culminando em pedidos de poda, podas drásticas, podas de raízes e até remoções. Bons guias trazem informações mais detalhadas sobre as referências de como devemos escolher árvores e plantá-las: Manual de Arborização Urbana da Cidade de São Paulo – indica lista de espécies adequadas para cada caso de local de plantio na cidade; Guia Passeio Livre – mais informações sobre como organizar e melhorar sua calçada e ainda verificar a possibilidade de realizar plantio nela; Campanha de incentivo permanente à arborização urbana Devemos sempre ter em mente que, quando falamos em aliar o plantio de árvores com a estrutura urbanística de uma cidade, precisamos estar muito atentos aos impactos que este plantio trará e por isso quanto mais informação tivermos antes de plantar, melhor. Terminalia catappa
Homenagem a Burle Marx no Parque do Flamengo
Luiz Claudio Marigo fez, na última semana, fotos das Corypha umbraculifera (tallipot ou palmeira-do ceilão) em flor, no Aterro do Flamengo, Rio de Janeiro. Para Roberto Tabacow, elas estão celebrando os 100 anos do nascimento de Burle Marx! Esta palmeira vive entre 40 e 80 anos, é originária do Sri Lanka e só floresce uma vez – a maior inflorescência do reino vegetal. Acima da copa de folhas em leque, que começam a secar e cair, forma-se uma nova copa, de 8 metros de diâmetro, constituída de mais de um milhão de pequenas flores brancas. Quase um quinto das flores oferecem sementes férteis e, cumprida sua parte na tarefa de perpetuação da espécie, a palmeira morre. Em 1994, Robério Dias, diretor do Sítio Roberto Burle Marx, também relacionou a primeira floração de Corypha no sítio a uma homenagem das plantas ao paisagista. A floração teve início uma semana depois de sua morte. Consta que um visitante comentou, na época em que foram plantadas, que, se a planta levava tanto tempo para florir, ele não presenciaria. Burle Marx respondeu “– Assim como alguém plantou para que eu pudesse ver, estou plantando para que outros a vejam!” SAIBA MAIS NO BLOG ESTRELAS DO SÍTIO BURLE MARX – http://roberiodias.blogspot.com/2007/08/estrela-03-corypha-umbraculifera.html Matéria reproduzida da Versão Eletrônica da publicação PAISAGEM ESCRITA da Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas – edição número 131 de 10 de novembro de 2009
100 anos Burle Marx
Acaba este domingo a exposição “Roberto Burle Marx 100 anos, a permanência do instável” no Paço Imperial – Rio de Janeiro. A exposição recorda a trajetória de Burle Marx nos três andares do edifício histórico com pinturas, desenhos, gravuras, tecidos, tapeçarias, esculturas, cerâmicas, jóias e projetos paisagísticos. Veja mais aqui. E muitas imagens aqui. Em São Paulo a exposição O GRAVADOR ROBERTO BURLE MARX NO ATELIER YMAGOS, expõe nove anos de litogravuras e de gravuras em metal do artista na Caixa Cultural de 14 de março a 26 de abril, entrada franca de terça a domingo das 9h as 21h (pça da Sé, 111). A Exposição de Orquídeas: Modernismo Brasileiro, no Jardim Botânico de Nova York projetada pelo paisagista Raymond Jungles que conviveu e conheceu Roberto Burle Marx é inspirada no modernismo e na obra do artista brasileiro. Foi instalado painel de mosaico original para compor a mostra que fica aberta até 12 de abril.