Pau-brasil, árvore preciosa

Se existe uma árvore que sempre está em pauta e atrai a atenção, seja no imaginário, na curiosidade, ou na conversa despretensiosa, essa árvore é o pau-brasil. Por inúmeras razões, mas talvez principalmente pelo fato de que você e eu, ao nascermos brasileiros, de alguma maneira já ficamos conectados com ela. Podemos dizer que pau-brasil faz parte da identidade primordial dos cidadãos brasileiros há, pelo menos, 500 anos. Ela é uma linda leguminosa que adora ambientes quentes e úmidos, natural da Mata Atlântica desde o estado do Rio de Janeiro até o extremo nordeste. Mas, atualmente, esta espécie tão simbólica é encontrada em todo o território brasileiro e, com certeza, além dele. Em geral, quem a planta deseja prestar uma homenagem à árvore símbolo do país, ou mesmo semear o carinho, cuidado e agradecimento por tantas irmãs que, ao longo da história, executamos. E isto é gravíssimo já que esta espécie está quase extinta na natureza devido aos abusos que sofre. Mas porque esta árvore tem sido tão visada? Lá no início da nossa história, por seu pigmento vermelho, extraído principalmente da madeira e usado para tingimento de tecidos da nobreza. Além disso, ela é a melhor madeira para a confecção dos arcos de violinos, sem falar de outros instrumentos e móveis diversos. Cientificamente, ela é Caesalpinia echinata, da família Fabaceae. E ainda recebe outros nomes populares: Ibirapitanga, pau-pernambuco, pau-de-tinta, orabutã. Entre suas características marcantes, estão: madeira vermelha, tronco e fruto espinhoso; folhas brilhantes, na cor verde-bandeira; flores amarelas vibrantes com miolos vermelhos; semente arredondada e achatada na cor marrom e casca acinzentada e descamante que revela sua cor, seu coração. Encontrar um pau-brasil pelo caminho, saber que ele está lá, é um momento único no tempo. Por isso, reverencie a existência e a presença dessa árvore preciosa. Mostre que se importa, conecte seu coração, a história da sua vida, e agradeça. De tempos em tempos, conduzo pequenos grupos de amigos e familiares, grupos escolares, crianças e grupos corporativos e espontâneos em caminhadas para restabelecer a conexão com a natureza. Trata-se do Passeio Verde, vivência na qual aplico, com maior profundidade, a metodologia de sensibilização que desenvolvi com o Instituto Árvores Vivas. São muitos os roteiros pelos quais conduzo essa vivência: parques e áreas naturais, praças, ruas e bairros arborizados, sítios e áreas de reserva particulares ou públicas. Aqui, em São Paulo, não é difícil encontrar o pau-brasil pelo caminho. E a maioria dos participantes das vivências revela não conhecer a árvore com propriedade. Eu e minha equipe estimulamos a apreciação mais aprofundada, o desenvolvimento de um repertório de percepção que inclui diversos sentidos. Convidamos todos a sentir os falsos espinhos (acúleos), o desenho e a textura das folhas e da casca; o aroma das flores, quando na primavera, e, se tivermos sorte, encontrar suas vagens e sementes. Mas, mais do que tudo isso, convidamos todos a sintonizar com essa espécie de forma mais sutil. Existem indivíduos de pau-brasil antigos, alguns centenários, outros (raríssimos) com dois séculos de vida. Aparentemente, existe uma árvoreno estado da Bahia, com cerca de 500 anos. Mesmo assim, a espécie segue ameaçada de extinção no ambiente natural, segundo dados da Lista Vermelha da IUCN – International Union for Conservation of Nature. Nestes anos de vivência com o pau-brasil, conheci alguns exemplares marcantes e antigos. Um deles, mora no meio da cidade de São Paulo, no bairro da Vila Madalena, onde, sempre que dá, levo os grupos para conhecer. E este sempre é um momento precioso. Mas, independente desse trabalho, a visito com frequência, sozinha ou com minha família e amigos. Sempre agradeço muito sua existência e passo algum tempo admirada e encantada. Para estimular ainda mais estes encontros preciosos, convido você a participar do primeiro mapeamento colaborativo do pau-brasil. Com ele, quero organizar as informações a respeito de todos os indivíduos da espécie existentes no país, que a sociedade pode ajudar a monitorar e cuidar. Será um trabalho contínuo, com o qual todos podem colaborar. Este é o primeiro mapeamento de uma série que serão lançados, sendo um para cada árvore marcante dos nossos caminhos. Quer ser guardião do pau-brasil? É simples e fácil: basta acessar o formulário e preencher os campos com as informações solicitadas sobre cada árvore. Vai ser um prazer enorme contar com você e todas as pessoas comprometidas com a conservação desta espécie tão simbólica para todos nós. Foto: Juliana Gatti

A conexão essencial com as árvores

por Juliana Gatti – post originalmente publicado no portal Conexão Planeta em 9 de novembro de 2015 Sempre que você encontrar (reparar em) uma árvore, é importante ter consciência de que está em contato com uma das estruturas mais elaboradas, essenciais e completas da natureza. Uma árvore não é um ser isolado: é uma rede de interações, trocas, doações e conexões. Se, com nosso olhar, tivéssemos a capacidade de enxergar todas essas redes de contato estabelecidas entre árvores e outros seres, elementos e processos, elas certamente não passariam despercebidas. Pelo contrário, acredito que não haveria ser humano capaz de ameaçar a existência e a segurança das árvores. Desde a primavera de 2006, quando idealizei o Instituto Árvores Vivas, isso ficou muito claro para mim. Cada árvore é um ser conectado com tudo à sua volta, garantindo qualidade de desenvolvimento para inúmeros seres e sistemas, configurando-se em suporte imprescindível para a vida neste planeta. Percebi que estas conexões vão além dos aspectos biológicos e ecossistêmicos. Enxerguei a árvore como um ser a partir do qual podemos relacionar todas as áreas de estudo e do conhecimento, seja sobre aspectos da história dos povos, seus mitos e culturas, seja na elaboração de cálculos e soluções nas mais avançadas pesquisas tecnológicas ou de engenharia. Para mim, árvores são plenas e repletas de sabedorias que podemos aprender a receber. Esse olhar tecnológico tem sido traduzido e desvendado por pesquisadores e cientistas. A equipe do projeto Árvore Ser Tecnológico, por exemplo, tem feito um lindo trabalho de tradução desses conceitos para o público, a partir das pesquisas do cientista Antonio Donato Nobre. Incrível imaginar a capacidade de bombeamento de água de uma árvore do porte de uma sequoia, ou as estratégias reprodutivas e de crescimento que seguem padrões e dão respostas afinadíssimas com o ambiente onde vivem. Impressionante ainda a capacidade de comunicação entre plantas que tem sido desvendada, seja por partículas de odor espalhadas pelos ventos, seja por uma extensa rede de conexões no subsolo composta por suas raízes e auxiliada pelas estruturas vegetativas dos fungos. Estas conexões podem comunicar perigo e ameaças de plantas próximas, além de distribuir nutrientes entre elas. São tantas as vidas conectadas às árvores e às florestas! São tantas as maneiras como estas conexões são estabelecidas! Como podemos não sentir, não valorizar, não agradecer e não lutar pela sua preservação? Será que estamos tão cegos assim? Fechados e limitados? Esse estado é um desejo humano? Como podemos construir essas barreiras de conhecimento, percepção e sentimento em nossas vidas? Esse tipo de conexão consciente precisa ser resgatada e restabelecida. Por isso, tenho me dedicado há tantos anos à promoção e ao desenvolvimento da cultura ambiental na sociedade e, principalmente, entre as crianças. É imprescindível compreender que a natureza está totalmente conectada a nós e nós a ela. Essa percepção precisa acontecer dentro do coração e não ser uma reação diante das crises que estamos vivendo. Precisamos enraizar a semente de que somos natureza em nosso ser. As redes sociais, como conhecemos e usamos hoje, são reproduções dessas conexões. Somos interdependentes e toda instabilidade dessas conexões nos afeta. Proponho, então, um exercício para todos os dias, uma prática simples a ser adotada em poucas etapas: – Escolha e conecte-se com a árvore que mora mais perto de você; – Crie um pequeno diário sobre esta árvore com anotações simples e diretas das suas observações; – Você pode fazer esse exercício sozinho ou com sua família e amigos: antes de começar, respire fundo algumas vezes, sempre de olhos fechados para poder abri-los e ver algo novo; – Mantenha a mente aberta e sem limites, não julgue suas observações; – Faça suas observações por etapas ou setores, por exemplo: árvore inteira, casca, galhos, folhas, raízes, flores, frutos, sementes; – Marque sempre o dia e o horário de sua observação; – Não se preocupe em usar nomes científicos ou “precisos” de tudo que observar e, se preferir, desenhe; – Anote informações sobre cores, desenhos, temperatura, umidade, sons, formas, outras plantas e animais vistos na árvore, além de qualquer aspecto ou situação que chame sua atenção; – Deixe sua observação conduzir você: deixe-se levar por sentimentos, valores, percepção de movimento, continuidade, estruturas; – O ideal é fazer uma observação por dia e focar. Evite fazer uma lista enorme de tudo que você percebe em suas observações. São tantas as possibilidades e em tantas escalas – árvore inteira ou um micro detalhe – que não há como observar tudo de uma só vez. Imprima um ritmo às suas observações: uma por dia é ideal e ajudará você a estabelecer uma conexão também com o tempo da natureza; – Procure fazer essa conexão e observações de maneira analógica, isto é, sem celular, sem foto. Aproveite o momento da conexão e da observação, que pode acontecer em qualquer lugar, a qualquer momento, mas sem a interferência de nenhum tipo de instrumento além da sua existência e da própria árvore. Essas dicas de exercício de conexão poderão revelar muitas novas percepções. Você pode notar, inclusive, que, ao passar dos dias, você comece a notar mais da vida à sua volta e dentro de você do que antes. É possível que comece a “brotar” a semente de conexão com a sua natureza essencial. Quem sabe essa experiência ajude a despertar soluções, respostas e percepções inovadoras em sua vida. Observar a árvore do seu caminho com mais profundidade e atenção poderá se revelar a porta para um mundo interior bastante significativo. Que tal praticar, todos os dias, essa conexão atenta com as mestras árvores e toda a natureza? Fotos: Pixabay – Huskyherz  e Unsplash 

Paineira, a árvore maravilha

por Juliana Gatti originalmente publicado no portal Conexão Planeta em 02 de novembro de 2015 Como já escrevi no blog do Conexão Planeta, muitas são as árvores que marcaram a minha vida. Em cada momento, uma espécie diferente, de maneira especial, me ensinou uma capacidade ou um valor a partir da sua existência e presença. Cada árvore é única em sua identidade, energia e simbologia. Insisto, cada arquitetura – ou formato característico de crescimento de cada espécie – e formas únicas transmitem especial sabedoria se soubermos nos conectar ao aprendizado que transmitem. Cerca de 10 anos atrás, as paineiras começaram a marcar minha vida. Ao passar um período de descanso no sitio do meu avô, que frequentei constantemente na minha infância no interior de São Paulo, reparei em uma árvore incrível beirando a estrada já perto do destino final. Porte grande, copa arredondada, tronco largo, com uma base incrivelmente assentada, enraizada no solo. Aquela base, quase como se fosse uma grande barriga e uma cintura sustentando toda sua grandeza, chamou muito minha atenção. Uma árvore de presença fenomenal, que não saiu da minha cabeça durante os dias que passei lá. Na volta para a cidade, já no fim da tarde, parei o carro na beira da estrada e fui até ela. Estava sem folhas, sem flores, mas com frutos incríveis; seu formato lembrava abacates. Ao chegar mais perto, vi que ela tinha muitos espinhos na casca e, no chão, haviam chumaços de uma fibra branca parecida com algodão. Parecia um sonho, uma árvore que desprende “algodão” dessa maneira, deixando o chão à sua volta lembrar uma grande nuvem. Fiquei ali por um período até encontrar um fruto quase inteiro no chão, com todo esse “algodão” compactado e um pouco úmido. Quando cheguei em casa logo fui pesquisar mais sobre essa árvore incrível, nos livros e na internet. A paina –  como chamamos a fibra que fica dentro do fruto – não tem comprimento fibroso suficiente para se produzir tecido, mas é muito útil para enchimentos de colchões, travesseiros, brinquedos e, até mesmo, coletes salva-vidas, já que não absorve água e flutua. Paineiras atualmente são da família botânica Malvaceae – antes eram classificadas como da família Bombacaceae. Essa é uma família bastante grande com mais de 90 gêneros e 700 espécies, sendo que cerca de 400 dessas espécies ocorrem exclusivamente no Brasil. E, dentro desta família, encontramos o gênero do cacau, chichá, hibisco, malvavisco, monguba e muitas outras árvores e plantas conhecidas por nós. Também fazem parte destes números plantas de diversos portes e configurações – terrestre, aquática e rupícola, mas quando falamos do gênero da paineira, chegamos em seis espécies de árvores endêmicas no Brasil. A Ceiba speciosa, ocorre em outros países além do Brasil e possui muitos nomes comuns que variam conforme a região: barriguda, árvore-de-lã, árvore-de-paina, paineira-rosa, paineira-branca, paineira-fêmea, samaúma, paina-de-seda, entre outros. Sua presença é quase materna, e não se trata de uma referência ao gênero feminino e masculino explícitos na sua flor, que possui tanto estruturas masculinas como femininas. Naturalmente, as paineiras e as árvores do gênero Ceiba são majestosas, acolhedoras em suas raízes e aconchegantes para nos recostarmos em seu formoso tronco e, muitas vezes, parecem barrigudas, como se estivesse gravida. São muito marcantes, tanto que, na mitologia maia, são reverenciadas como árvores sagradas. Esse fruto que trouxe comigo para a cidade, me proporcionou uma experiência memorável. A literatura sobre a espécie indicava: coloque uma peneira sobre o fruto aberto e leve ao sol, sem saber muito bem o que aconteceria fiquei atenta. Então, a mágica aconteceu: toda aquela paina soltou-se da casca e começou a voar. Um voo delicado, era uma dança com o vento. No meio de cada pequeno chumaço a pequena semente de uma nova paineira. Logo comecei a coletar as sementes que eram muitas e, no mesmo dia, coloquei todas elas para germinar. Cada duas ou três em um pote e, assim, começou o que hoje é o viveiro do Instituto Árvores Vivas, que dirijo: um lugar para experimentar a natureza desde as sementes. Foram mais de 100 árvores que se formaram e muitas delas plantadas na cidade de São Paulo, inclusive em locais históricos. Outras tantas foram doadas para plantio em outras cidades. Outras ainda, plantadas em praças públicas ou canteiros de avenidas, não resistiram à manutenção dos matos e gramados. Mas as que resistiram, sempre que posso, vou visitar. Hoje, já são mais altas que eu – tenho 1,75 m – devem ter quase o dobro da minha altura na verdade; crescem rápido e são lindas. Admiro cada uma delas como se, de alguma maneira, eu tivesse sido uma mãe para todas. Paineiras chamam sempre minha atenção! Nos últimos dez anos, visito muitas delas. Quando florescem, presencio um dos mais lindos espetáculos na Terra. Aqui, em São Paulo, existem muitas paineiras perto do Parque Ibirapuera e nos canteiros centrais do caminho da Lapa para o Parque Villa Lobos. Existia um grande grupo que morava nas margens da ponte da Casa Verde na Marginal Tietê, mas após uma obra de 2009, poucas sobreviveram. Tem uma paineira que vive em uma das pontas do controverso Minhocão, de frente para a Praça Roosevelt, quase no final da Rua da Consolação. E uma outra, de flores brancas, no Largo do Arouche. Na praça Duque de Caxias há muitas outras e, em cada praça e parque, certamente você pode encontrar uma linda paineira. Suas flores incríveis ou elas inteiras são inesquecíveis. E onde estão as paineiras da sua cidade? Já se maravilhou com elas hoje? Fotos: Juliana Gatti

Tempo e ciclos da natureza

por Juliana Gatti Originalmente publicado no portal Conexão Planeta em 19 de outubro de 2015 Aqui, em São Paulo, um mesmo dia pode contemplar todas as estações, inúmeras vezes. Nos últimos tempos, com as mudanças climáticas e o desmatamento constante, estas alterações ficam ainda mais extremas. É perceptível na nossa pele, nos nossos pulmões, no apetite e em todas as respostas metabólicas do nosso organismo. No entanto, se passamos muito tempo dentro de ambientes controlados e fechados como, por exemplo, locais com ar condicionado, mal notamos essas mudanças. Como estou sempre atenta às árvores que coabitam as cidades com todos nós, cada mudança pela qual passam causa grande impacto na minha percepção do mundo. O tempo da natureza é um tempo sábio e verdadeiro, e ter perdido esta referência, pelo menos a consciência dela, certamente não nos ajuda. De alguma maneira, a fragmentação da sociedade – principalmente urbana – em relação à natureza, leva cada um de nós a acreditar em grandes ilusões. Você já reparou quantas vezes se sentiu incomodado por imaginar que as coisas deveriam ser resolvidas quando mandamos um e-mail, uma mensagem de celular ou, ainda, esperando que as soluções brotem da tela do computador, construídas e definidas? Chegamos ao ponto de nos iludir com a velocidade do clicar como a mais concreta das ações, acreditando que ali está tudo que é preciso ser feito.  A natureza nos ensina, em cada pulsar, o contrário disso. Não existe mágica, existe construção contínua conectada com o primeiro eterno impulso, que brotou de uma semente. Você já parou para refletir com profundidade sobre isso? Ou ao menos dedicar um pouco do seu tempo para observar atentamente a construção natural à sua volta? Como é que uma pequenina folha lá no alto se sustenta? Qual a importância dessa folha ou folíolo no todo de uma árvore? Com as árvores podemos nos lembrar de que somos um conjunto de elementos e nada cumprirá sua função sozinho ou isoladamente. A folha é a garantia de alimento para a árvore e é tão importante quanto a micro pilosidade das raízes que absorvem água e nutrientes do solo onde ela está. Assim como a madeira que funciona como a grande estrutura sustentadora e conectora dessas partes, recoberta por xilemas, floemas e casca que mantém unido e estável o corpo deste grande ser. A semente que ela um dia foi, a essência – que podemos chamar de propósito de ser – está presente em cada molécula desta árvore. Quando vejo uma pitangueira florescendo em abundância – espécie que não tão comumente floresce desta maneira -, ou percebo um atraso na queda das folhas do grande jequitibá-branco e que, de repente, em apenas três dias, ele as perde de uma única vez, devo confessar que fico um pouco assustada. O clima extremo tem provocado reações extremas, mas as árvores, diferente de nós, nunca perdem sua conexão: respondem de maneira coerente e alinhada com os estímulos do ambiente local e global em que vivem. Nós, ao contrário, camuflamos nossas percepções, vivemos com referências controladas como as informações oferecidas nas telas dos computadores. Estamos, no mínimo, em suspensão.  Somos seres completos, em nós mesmos: temos raízes e folhas e, dentro de nós, a essência, o propósito. Uma jaqueira não irá encontrar sua essência na semente de uma romãzeira. Nosso tempo de descoberta e percepção é único, assim como é estruturada a madeira de cada espécie. Existem as de crescimento rápido e vida curta, mas também existem as de crescimento muito lento e vida milenar. Ambas vivem no mesmo espaço, e a floresta – tão especial e rica, tão mágica e plena – só é possível porque, todos os dias, elas estão conectadas com sua essência, respeitando seu tempo, respondendo com suas capacidades aos estímulos do mundo em seu entorno. No desenvolvimento, no crescimento, no ser e no agir, descobrem suas novas possibilidades, estabelecem novos encontros e dão continuidade ao ciclo de suas vidas. E nós? Estamos conseguindo nos manter conectados com o tempo e o fluxo naturais da nossa existência?  Foto: Juliana Gatti

De onde vem a árvore?

por Juliana Gatti Que existem árvores nas cidades, a gente sabe. Elas estão por ai!  Mas, e hoje, com quantas você encontrou no seu caminho? – No meu caminho? Árvores? Acho que não tem nenhuma. Calma, calma. Vi uma. Me lembrei porque é um ipê-rosa, está bem florido agora no inverno. E outras árvores? Tem certeza de que não tinha mais nenhuma? – Difícil dizer, né! Elas são todas iguais. A parte de cima verde, tronco marrom. Acabo nem prestando atenção direito, elas passam despercebidas. Mas tem algum momento em que você percebe mais as árvores? – Ah, claro, é uma delícia quando estão com frutas. Adoro comer fruta no pé. Na cidade faço isso muito pouco. Ando mais de carro, taxi ou de metrô. Caminho pouco pelas ruas. Acho que na cidade árvore não deve dar fruta. Árvores são tão importantes que a presença delas é como um universo de sabedorias, de trocas, de ciclos. Recebemos presentes e condições de vida diretamente da existência de cada uma, mas o que damos em troca? Precisamos dar algo em troca? De onde vem a árvore? continue a leitura aqui publicado originalmente no portal Conexão Planeta 24 de agosto de 2015

Conexão Natural

Arte e Inspiração + Ciência e Informação = Conexão Total com a Natureza O Árvores Vivas tem como valor primordial na essência de todo trabalho, a inspiração e ensinamentos que árvores e natureza dão para a vida de todos humanos. Sensibilizar sobre a importância e valor único da natureza através da arte é a essência pura que emergiu junto com o nascimento de nossas ações em novembro de 2006, isto em grande parte devido à experiência de vida e trajetória profissional de sua fundadora – Juliana Gatti Pereira. A arte e o momento de apreciação como experiência, é a ponte de conexão e vínculo das pessoas com suas referências afetivas emocionais. A natureza é inspiração todos os momentos que permitimos estar em contato com ela. Na rua de casa, no caminho para o trabalho e escola, no lugar que moramos e visitamos.  As árvores e toda vida vinculada à elas são nossos maiores mestres. Criar oportunidades de experiências e aprendizados únicos e preciosos é a missão do Árvores Vivas. Reunimos pessoas, entidades públicas e privadas que acreditam nesta mudança, para vermos surgir um mundo em harmonia e pleno de saúde ambiental como sonhamos. Nossos serviços possuem um gradiente de atuação que vão do aspecto mais técnico e informativo científico até a pureza da sensibilização através da arte. Para cada público selecionamos uma tonalidade que mistura a proporção exata destes ingredientes, permitindo uma comunicação, projeto e atividade altamente eficaz, desenhados especialmente para o público-alvo de cada projeto. Conheça mais sobre nossos produtos e serviços Agende uma conversa com nossa equipe, envie um email ou ligue para nós 55 11 3338.0544

Fascination of Plants Day – 18 de Maio 2013

Dia Eco+Vivo+Criativo com Árvores Vivas __ Conexão e Inspiração com a Natureza das Cidades Somos fascinados pelas árvores, plantas e natureza e queremos compartilhar esse encantamento com você! No mesmo dia estaremos em rede com atividades em todo o mundo, acontecendo para celebrar o Fascination of Plants Day (Dia do Fascínio sobre as Plantas) site oficial: http://www.plantday12.eu/brazil.htm facebook: http://on.fb.me/18qtqf0 Abriremos as portas do Espaço Árvores Vivas para um dia de atividades criativas, inspiradoras, alegres e com muita informação sobre como podemos viver em harmonia com a natureza nas cidades! Venha nos conhecer! Ficaremos felizes em receber todos vocês! Elaboramos uma programação especial: Durante todo o dia das 9h30 às 17h – visita guiada ao nosso Viveiro e Acervo Início 10h30 (1h30 de duração – 20 vagas) – Passeio Verde na região central de São Paulo / Vamos conhecer algumas das árvores dos nossos caminhos, suas origens, a vida que vive nas árvores, a importância das árvores para nossa vida, breve história ambiental e como podemos escolher e plantar melhor nas cidades. Com Juliana Gatti Pereira Início 14h30 (1h de duração – 20 vagas) – Oficina de Pintura de Vasos com Tinta de Terra e Plantio / A nossa conexão com a terra, os diversos tipos de terra, como preparar tintas e atividade criativa de pintar com a força da expressão da terra. Com Caren Lissa Harayama Colaboração sugerida para participação nas atividades: Passeio Verde – R$35,00 Oficina – R$35,00 Observação: A visitação ao espaço é livre e aberta a todos sem custo. Se você deseja participar das atividades e não pode contribuir financeiramente entre em contato com a nossa equipe. Para fazer sua inscrição nas atividades envie email para arvoresvivas@gmail.com no assunto coloque o tema “18 de maio – atividades” Durante todo o dia também teremos mudas do viveiro à venda

Passo-a-Passo: Dicas para cuidar e divertir-se com o verde!

O Árvores Vivas teve enorme alegria e oportunidade em dar algumas dicas de como cuidar, germinar e plantar mais verde em nossas casas e cidades! Colocamos aqui o link para as matérias produzidas com carinho, pela jornalista Silvana Rosso, e super ilustradas com lindas fotos de Katia Kuwabara e Fabiano Cerchian, que sairam no site do UOL!! Assim todos que querem iniciar o contato com o verde e a natureza, mesmo em pequenos espaços e com poucos recursos, podem se aventurar e divertir-se com a alegria de ver muitas plantas crescerem, florescerem e se multiplicarem!   Aproveitamos também para dilvugar as dicas passo-a-passo do plantio de mini-romã em nosso próprio blog –  clique aqui para ver o slide com as fotos e descritivo! http://arvoresvivas.org/2011/12/12/presentear-e-cuidar-da-arvore-do-amor-e-prosperidade/

Re-conhecendo o Rio Pinheiros Vivo

O Árvores Vivas foi convidado a somar com a organização Rios e Ruas, são 3 roteiros para re-descobrir alguns córregos ocultos da cidade de São Paulo, pertencentes à bacia hidrográfica do Rio Pinheiros, são eles: Córrego Uberaba, Córrego Caaguaçu e Córrego Sapateiro. Cada um desses córregos receberá uma expedição com 30 pessoas, coordenada por Luiz de Campos Jr, José Bueno e Juliana Gatti. Por baixo da cidade de São Paulo correm mais de 300 córregos, apesar de boa parte da população pensar que eles desapareceram ou sequer saber de sua existência. Mas eles estão todos ali, escondidos. Alguns percorrem a região da Vila Mariana, entre eles o Sapateiro, o Caaguaçu e o Uberaba. Estes três grupos irão seguir os sinais deixados pela natureza. Durante a caminhada, os participantes vão perceber vestígios do curso das águas, documentar o verde, degustar frutos e experimentar uma descoberta fascinante de um terreno que um dia já esteve coberto pelas águas. Despertar em paulistanos a percepção ambiental adormecida pela urbanização, fotografar personagens que pertencem à memória da cidade e recuperar o vínculo afetivo com a metrópole são algumas das missões destes grupos. No domingo dia 15 de maio acontece a ação Rio Pinheiros Vivo, são 30 atividades / vivências / expedições estarão acontecendo simultaneamente. Esta ação é patrocinada pela Associação Águas Claras e produzida pela FainaMoz e Estúdio Madalena do Iatã Cannabrava. Até dia 6 de maio, estão abertas 300 vagas para estas atividades, que antes eram fechadas somente para convidados da Associação. Não perca esta oportunidade! Acesse este link e faça já sua inscrição!

PASSEIO VERDE – Turismo de Árvores em São Paulo

Designer cria turismo de árvores em São Paulo 6 de agosto de 2010 Marici Capitelli Pode-se dizer que são turistas. E dos mais diferentes: visitam árvores da cidade como se fossem obras de arte. E à frente desses grupos de exploradores urbanos está a paulistana Juliana Gatti Pereira, de 29 anos. Organizadora e idealizadora do que chama de passeio verde, ela mostra durante o roteiro detalhes nas árvores que passam despercebidos para a maioria das pessoas. Um exemplo é o fruto da chichá, árvore encontrada em Perdizes, que tem formato de coração. São informações como essa e não apenas técnicas que ela ensina sobre as espécies durante os roteiros turísticos. Designer, formada pela Belas Artes, Juliana começou a prestar mais atenção nas árvores há quatro anos. “Alguma coisa”, como ela mesma diz, reacendeu dentro dela trazendo de volta as lembranças das férias escolares em meio a árvores, na casa dos avós em Tietê, interior de São Paulo. Com o olhar de designer, conseguia identificar nas árvores paulistanas nuances únicas em cada uma das espécies que encontrava pelo caminho. “Eu conseguia perceber a arquitetura das copas e o desenho das folhas.” Juliana foi estudar Botânica na USP. Fez curso de paisagismo, jardinagem e saiu em busca delas pelas ruas. O resultado é que acabou identificando muitas árvores. Se você quiser saber onde tem ipês, é só perguntar. “Os mais belos, você vai encontrar nos cemitérios.” O amor pelas árvores acabou provocando uma mudança na sua vida profissional. Ela abriu uma empresa sustentável, a Árvores Vivas. Foi a transformação da paixão em negócio. Entre os produtos ecológicos que oferece, estão os passeios verdes. Os grupos são heterogêneos. Num dos roteiros, as crianças fazem broche de folhas que colam na roupa para conhecer a diferença entre manacá e quaresmeira. “Estimulo o contato físico.” O que ela gostaria para a cidade? “Despertar nos paulistanos a sensibilidade para as árvores.” Para ela, a percepção das espécies que estão no caminho de cada um no dia a dia pode ser uma “meditação no caos de São Paulo”. As árvores, segundo ela, ensinam sobre o tempo. Não o do relógio, mas o tempo das coisas na vida. Afinal, elas se modificam seguindo as mudanças das estações, filosofa Juliana, que organiza em setembro a 1ª semana cultural das árvores, no Parque da Luz. matéria JT – sábado dia 7 de agosto 2010 caderno metrópole – estadão – 7 de agosto de 2010