Pedestre Vivo encontra Árvores Vivas (algumas nem tanto) em seu caminho
[vodpod id=Groupvideo.4095089&w=425&h=350&fv=allowingFullScreen%3Dtrue%26channel%3D3458764513857312070%26s%3D1%26inline_rating%3Dtrue%26site%3Dwidget-46.slide.com%26map%3D130100100%26adsense_channel%3D0085258241%26adsense%3DTrue%26adtype%3Dfullscreen] more about “Árvores na Caminhada by Juliana-Árvor…“, posted with vodpod Cerca de duas semanas atrás fiz uma caminhada desde a Av. Brigadeiro Luiz Antônio até o Pacaembu. Levei duas horas para fazer o percurso, lentamente e apreciando cada detalhe das árvores que compunham a paisagem! Foi um belo momento de meditação e criação de um espaço interno agradável e leve ao fim de um dia e trabalho não tão usual! A garoa fina não transformou-se em chuva e ajudou a refrescar! Mas antes mesmo do fim do dia, seu início já foi muito inspirador. O clima instável, dava brecha a poucos mas vibrantes raios de sol que iluminavam e faziam brilhar ainda mais a floração de um flamboyant (Delonix regia) e de uma linda caliandra (Calliandra brevipes), que eu podia observar ao caminhar e chegar ao ponto de ônibus! Lindas visões inspiradoras para o começo de um belo dia! Ao mesmo tempo, no caminho para o ponto, deparei-me com um tronco de uma antiga árvore cortada, que permanece fincado no concreto, ao lado do poste. Uma visão intrigante: não enxergamos ela lá? queremos manter a lembrança da bela árvore que foi? possuímos um desejo inconsciente de que ela volte a viver? E assim parti para meu trabalho, acompanhada do livro “poética das árvores urbanas” de Ivete Farah. Retomando a caminhada ao fim do dia, chegando nas proximidades do MASP, uma grande paineira, que admiro de longa data, tomou conta do meu olhar e acabei produzindo fotos de diversos ângulos dela em composição com a arquitetura local. Desde a esquina, o grandioso e importante Parque Trianon chamava a atenção pela massa verde que respira e nos sustenta na busca por equilíbrio entre o concreto e o verde! Araribás (Centrolobium robustum) e cedros (Cedrella sp) são facilmente identificados por suas copas, compondo os limites do perímetro de transição entre o parque e a avenida. O grandioso pau-ferro (Caesalpinia ferrea), se fez tão pleno e belo que imediatamente prende nosso olhar! Até mesmo o sistema da grande metrópole encontrou formas de conversar com sua presença inegualável… Na sequência, em um dos canteiros que compõe a calçada do novo projeto da Avenida Paulista, uma quaresmeira (Tibouchina granulosa) com dificuldade de se sustentar, achou um importante apoio na estipe de um já forte jerivá (Syagrus romanzoffiana)! O tronco e a estipe se entrelaçavam sem se sufocar, pelo contrário, criaram um apoio sutil e leve, formando um par que dança valsa ao ritmo do pulsar, no fluxo ditado pelos semáforos. Mesmo distante alguns quarteirões, eu já avistava o belo guapuruvu (Schizolobium parayba). Deve ser um sonho observar sua copa em flor da janela de um desses apartamentos! Admirável arquitetura natural tão singular e única, em composição com as linhas retas da obra humana. Antes de chegar na Av Consolação, árvores frutíferas e algumas paineiras crescem no limite do possível na Praça dos Ciclistas. Já na Praça dos Arcos, um jardim bem cuidado e árvores em flor, enfeitaram o lugar! Um pau-formiga (Triplaris americana) carregado de flores rosas e lindas; um jasmim-manga (Plumeria sp) tricolor; as belas folhas de um pau-brasil (Caesalpinia echinata) e saber que a pitangueira (Eugenia uniflora) plantada em homenagem a ciclista Márcia Prado estava crescendo feliz, deram mais motivos para minha alma sorrir! Neste ponto eu ainda estava somente no meio do caminho… Já começava a escurecer e as luzes do Túnel Rebouças deram uma boa foto com os eucaliptos que emolduram essa passagem! Descendo atrás do Estádio do Pacaembu, o que mais me chamou a atenção foi um grande ninho de aranhas que formava uma nuvem branca entre as folhas da copa de um resedá! Já a noite, em uma rua próxima da Av. Pacaembu, duas árvores secas, podadas, cortadas me emocionaram… e buscando a vida ainda em uma delas, encontrei a esperança de que se nós não fizermos nossa parte, a natureza saberá como fazer a dela muito bem! ————————————- Agradeço a todos que através deste texto pude compartilhar um pouco das visões e sentimentos de uma simples caminhada por ruas ainda vivas da nossa cidade! Vejam também algumas fotos das árvores deste e outros passeios no PANORAMIO
Os Flamboyants estão Floridos
Poema de Dival Pitombo extraído do livro Manual de Agricultura Natural, Unidade da Vida de Hiroshi Seó. A chama vegetal devorando o verde. Orgia rubra agredindo a paz deste crepúsculo. Poinciana régia. Flor do Paraíso. Labaredas de Sol crestando ninhos. Os flamboyants estão floridos. Verde e escarlate, Mais escarlate que verde. É como um incêndio no mar! Na multidão indiferente apenas a criança olha. Os flamboyants são para os pássaros HOMENS PRÁTICOS parai vossos computadores. Mágicos, poetas, sacerdotes, homens públicos e mulheres publicadas. Vagabundos, viciados e ladrões, e lânguidas prostitutas que investis na noite o ouro das vossas vidas, esquecei por um instante a vossa loucura. E correi, de mãos dadas, para a praça. Vinde olhar o céu, que há um jardim de fogo plantado no azul. Os flamboyants estão floridos! Com nome estrangeiro, Flamboyant, em francês, significa flamejante, adjetivo justificado pela acentuada coloração vermelha de suas flores. A árvore veio de longe — é originária da costa leste da África, de Madagáscar e de ilhas do Oceano Índico — mas está há tanto tempo no Brasil que pode ser encontrada em qualquer parte do país. As primeiras mudas foram trazidas para cá no início do século 19, na época de D. João VI, e se adaptaram bem ao clima e solo brasileiros. Hoje ela é mais comum na região Sudeste, e muito utilizada em projetos paisagísticos, sendo indicado para áreas abertas com grandes espaços que possibilitem seu desenvolvimento. Com floração abundante durante a primavera, quando se cobre com flores alaranjadas ou vermelhas. Normalmente, após a floração, a árvore perde a folhagem, restando apenas seus frutos em forma de vagens longas e pendentes. Delonix regia é seu nome cientifico, que vem do grego délos (visível) e onyx (pequeno grifo), uma referência à forma dos segmentos florais. Também conhecida popularmente como flor-do-paraíso, pau-rosa e acácia-rubra. Pertence à família Leguminosae e sub-família Caesalpinioideae, a mesma do pau-brasil. Após receber uma mensagem de Mayra querendo informações sobre folclores que tenham o Flamboyant como personagem, fomos pesquisar a respeito e encontramos algumas coisas interessantes. Obrigada Mayra por sua participação! Caso algum outro visitante do blog possua outras informações e indicações envie para nosso e-mail ou publique como comentário. Primeiramente encontramos uma poesia muito bela (publicada abaixo) de Geraldo Costa Alves, mineiro nascido em 1919. Além desta, no site (http://literaturacapixaba.com/Poetas/detail.asp?poeta=Geraldo%20Costa%20Alves) podemos encontrar diversas outras poesias de sua autoria que despertam nosso encantamento para as árvores que tocaram a vida de Geraldo e seu relacionamento de admiração e inspiração com elas. A LENDA DO FLAMBOYANT Dias da Criação… Num dos instantes de rara fantasia, Deus quis pintar, na tela imensa do céu, a beleza do ocaso. No sonho e devaneio de Artista. Deus experimentava as tintas, confundindo-as. na palheta em que havia o azul, o vermelho, ao amarelo… De uma das pinceladas, cai um pouco de tinta (tinta que era rubi, tinta que era sangue), que veio dar, à folhagem de uma das árvores tropicais, o seu grito vermelho de combate. Segundo a lenda, nesse instante surgiu o flamboyant. Em outro site, do Governo da Paraíba a matéria ‘Flamboyants os “pavões” do brejo’ publicada dia 1º de março de 2007 no Jornal A União escrita por Hilton Gouvêa complementa bem nosso post e dá uma visão de como a árvore se destaca e encanta a todos na Paraíba, também acrescenta informações sobre as lendas e histórias sobre a origem da árvore. Vejam no link: http://www.auniao.pb.gov.br/v2/index.php?option=com_content&task=view&id=5747&Itemid=44 Em 12 de Dezembro de 2007 no caderno Agrícola do jornal Estado de S. Paulo (pagina 20) uma imagem muito linda, curiosa e cheia de vida… Um bezerro se esforçando para comer as flores do Flamboyant! Deliciem-se!!!