E a vida continua…
<!–[if gte vml 1]> <![endif]–><!–[if !vml]–><!–[endif]–><!–[if gte vml 1]> O Verde do Itaim Bibi & Árvores Vivas em Nossas Vidas 11/04/2008 autor: Helcias Bernardo de Pádua Não quero curtir apenas o passado, ou seja, valorizando ao extremo o que foi melhor, esquecendo as coisas não tão boas que aconteceram ou se sucederam. Afinal a história é feita de fatos, de coisas boas e ruins, alegres ou tristes, sucessos e insucessos, erros e acertos. Só se consegue programar um futuro melhor, conhecendo muito bem o passado. Isso se faz no presente. Presente no tempo, presente de corpo e alma, apontando, interferindo, sugerindo e principalmente “amando o que faz”. Se descobrindo. Foto 01 – amando o que faz – se descobrindo Uma prova desse amor é carinhosamente demonstrada pela “JU”, com a sua oficina: Árvores Vivas em Nossas Vidas. Designer e paisagista, Juliana Gatti com o seu belo projeto, vai de escola em escola, de instituição a instituição, mostrando para crianças, para jovens e até adultos, a importância de se conhecer, respeitar e amar a natureza, sem pieguices, apenas com carinho. É a natural relação de nós seres humanos com os animais, os vegetais e o entorno físico. Isso mesmo, com ternura a JU dominou vinte e duas pessoas ao chamar pacientemente a atenção das vinte superativas crianças e dois adultos, num tom manso, porém respeitoso. Pausadamente contou, – um, dois e três, imediatamente seguida pelos mais exaltados. No final pediu silêncio, silêncio e silêncio, em voz muito baixa. Todos nós entendemos e nos calamos. Foto 02 – de onde vem isso? Como uma fada madrinha foi retirando de uma enorme sacola feita de pano de algodão, tudo, tudo mesmo, desde o imaginável ao não imaginável, sempre perguntando e dizendo: Crianças sabem de onde vem isso? E a borracha, aquela que vocês usam para apagar a escrita com lápis? Do que é feita? E o papel? Etecétera, etecétera e tal. Segurando um ramo de árvore, como se fosse a varinha de condão, responde, – vem tudo da árvore. Cada espécie produz um tipo de madeira. Uma delas solta um líquido denso, meio grosso. É o líquido da seringueira que nós usamos para fabricar a borracha, o látex. Aqui no Itaim Bibi tem a seringueira verdadeira, lá na ilha, num canteiro central da Av. Brig. Faria Lima, atrás do terreno da Casa Bandeirista. São quatro belos pés. Já o papel é feito do tronco de uma outra árvore, por exemplo, o pinheiro. Em um dos jardins da Biblioteca Pública Anne Frank, aqui na rua Cojuba, também vemos alguns pinheiros. Por sinal Cojuba quer dizer “canoa amarela” porque os índios enchiam suas canoas com muitos cachos do coquinho amarelo, o gerivá, outra árvore. A madeira do pau-brasil, moída e espremida solta um liquido. O verdadeiro corante natural. Antigamente era usado para tingir os tecidos dos mantos dos reis e imperadores. O arco do violino também é feito da madeira do pau-brasil. Esse colar que estou usando é feito de sementes e frutos secos de uma árvore. Isso aqui que parece algodão vem de uma outra árvore, alias o algodão também vem de um vegetal. Esse objeto, essa cadeira, aquilo ali e aquele outro. Blá, blá, blá, e assim foi falando, mostrando, descrevendo, citando nomes e contando casos. Tudo sobre as árvores. Uma verdadeira xilotéca ambulante. Olhos esbugalhados, expressões de admiração, sorrisos, exclamações, perguntas, intervenções. A conversa se estende. Uns querem contar que na sua casa, na sua rua e na escola já viram essa e aquela árvore. Já outros falam que comeram tal fruta e brincaram com aquele pedaço de madeira. Depois de mostrar o que havia trazido, e olha que foi muita coisa, a JU quase que emocionada diz a todos: – quantas coisas boas as árvores nos dão. Sem contar o oxigênio que respiramos, a sombra, o frescor e a limpeza do nosso ar, pois são capazes de retirar os gases ruins. Por isso é que devemos amar, respeitar e cuidar das árvores. São seres vivos e nós necessitamos muito delas. Foto 03 – se preparando<!–[endif]–><!–[if gte vml 1]> Ainda impressionados todos se levantam e seguem pelos jardins da biblioteca. Visitam o Jardim dos Pinheiros. Alguém lembra que o nome da sub prefeitura da região vem de uma árvore, o pinheiro brasileiro, uma araucária. Foto 04 – olha a araucária – ainda uma criancinha, crianças Depois as crianças se dirigem até o Jardim das Palmeiras lembrando que em toda a nossa região existiam muitas palmeiras, o gerivá. Era Jurubatuba, ou melhor, onde tem muitos jurubás/gerivás. Abraçam as árvores espalhadas pelos jardins, identificadas e plaqueadas por espécie, com nome popular e científico pela equipe do professor José Rubens Pirani, lá da USP. Foto 05 – abraçando – oi eu aqui – Olha lá a mangueira, a jaqueira e a amoreira. – Professora posso abraçar e beijar o jacarandá-mimoso? – E o pinheiro de natal, aonde esta? – Nossa que grandão. No jardim do pátio para estacionamento dos carros, eles identificam a árvore jatobá, o cedro-rosa, a sibipiruna, o pau-ferro, a goiabeira, a pitangueira, a romãzeira e até um mamoeiro. Chegam a acariciar o tronco e recolher as folhas e galhinhos caídos. Retornam à sala de aula e iniciam um trabalho de colagem e decalque com as folhas e galhos. Tudo é colorido e alegre. <!–[if gte vml 1]> <![endif]–><!–[if !vml]–><!–[endif]–> Foto 06 – Expressões Acompanhando e observando me vêm na mente muitos anos atrás quando correndo dentro de um enorme quarteirão formado pela então Av. Imperial, rua das Cobras e rua Santelmo, (não existia a rua Salvador Cardoso), também recolhia folhas e galhos, subia nas árvores, comia goiabas, engolia jabuticabas, chupava coquinho amarelo e mordia suculentas mangas. Que coisa, justamente aonde nesta tarde de 11 de abril de 2008 esses alegres e saltitantes alunos da E.E. Ceciliano José Ennes, dividem o espaço com a nossa bem cuidada biblioteca, um reformulado teatro, uma majestosa EMEI, a delicada creche, o eficiente posto de saúde, o gentil CAPS, – sede do cordão BibiTantã, e a excelente APAE. Eu vou voltar aos velhos tempos de mim… Parabéns JU! hbpádua spsp Foto 07