Rota do Cambuci em Julho – Taiaçupeba
II Rota Gastronômica do Cambuci Meio Ambiente, Turismo e Cultura 1º Festival de Inverno de Taiaçupeba 10 e 11 , 17 e 18 de julho Venha conhecer as delícias preparadas com esse fruto nativo da Mata Atlântica como sucos, sorvetes, mousse, bolos, trufas, geléias, chá, molhos para acompanhamento de carnes, etc. e a já tradicional cachaça curtida com Cambuci. Também serão comercializadas mudas e artesanatos temáticos. A Rota Gastronômica do Cambuci, uma iniciativa da Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo, Núcleo Caraguatatuba do Parque Estadual da Serra do Mar, Associação Holistica de Participação Comunitária Ecológica – AHPCE, Instituto H&H Fauser para o Desenvolvimento Sustentável e a Cultura e as Prefeituras Municipais de Rio Grande da Serra, Sto. André – Distrito de Paranapiacaba , Salesópolis, Paraibuna e Natividade da Serra, tem como objetivo resgatar o cultivo e o consumo dessa fruta nativa da Mata Atlântica e endêmica na região, promovendo o desenvolvimento sócio-ambiental e econômico sustentável. Engloba em um único projeto aspectos históricos, culturais, de preservação ambiental , turísticos e de geração de renda.Tem potencial para se constituir como uma alternativa econômica sustentável para os municípios envolvidos através de Arranjos Produtivos Locais.
Goiabeira nossa de todo dia!
Vamos apresentar neste artigo escrito a 4 mãos, informações sobre a goiabeira, nossas experiências de vida com essa árvore e o máximo de informações curiosas! Por Adriana Sandre A goiabeira cujo nome científico é Psidium guajava foi alvo de grande parte dos meus estudos na faculdade de Ciências Biológicas, ela é uma árvore graciosa, da família das mirtáceas, semelhante às pitangueiras, jabuticabeiras e ao cambuci. Grande parte dos membros dessa família tem o tronco pardo com algumas descamações mais claras que dão uma beleza singular a estas árvores. Lembro que desde a minha infância, a goiabeira já fazia parte da minha vida, eu costumava subir em uma delas com uma amiga de bem pertinho de casa, nós passávamos horas lá em cima (na época parecia ser bem alto, risos) olhando as pessoas passarem nas ruas e pensando nas próximas brincadeiras do dia. Recentemente, há alguns meses, comi a minha primeira goiaba, ou melhor dizendo, a primeira goiaba de uma árvore plantada por mim! Foi bem legal!!! A goiaba, fruto da goiabeira, além de ser deliciosa, tem inúmeras propriedades medicinais, por ser rica em vitamina C e antocianinas, importantes antioxidantes que combatem os radicais livres no nosso corpo. A fruta possui também vitamina B1, B2, B6 e vitamina A, que faz bem à vista e conserva a saúde da pele. Sabe-se atualmente que a goiaba branca tem mais vitamina C que o limão!!! Pelo elevado teor de vitamina C, a goiaba, durante a Segunda Guerra Mundial, foi utilizada como suplemento na alimentação dos soldados nas regiões frias, pois aumentava a resistência contra as afecções do aparelho respiratório. A goiabeira tem uma resposta interessante a alguns poluentes atmosféricos, ela pode indicar a presença de ozônio na atmosfera, por apresentar na presença deste, manchas avermelhas na parte superior (adaxial) das folhas mais velhas. O ozônio em excesso na superfície terrestre pode ocasionar problemas à saúde e a goiaba pode ser uma planta que auxilia na bioindicação dele na atmosfera. Por Juliana Gatti Pereira As goiabeiras são uma das árvores mais belas que conheço. Todos os seus aspectos morfológicos apresentam uma delicadeza e beleza especiais. O tronco além de possuir cor e manchas muito características também possui brilho e um toque liso e macio. Muitas vezes o seu crescimento desenvolve uma harmonia na arquitetura de seus galhos que é de tirar meu fôlego. Não me lembro das goiabeiras na minha infância, elas são mais presentes recentemente… Existem algumas que sempre aprecio quando estou no meu caminho de casa para o trabalho aqui em São Paulo. Outras duas que conheci em viagens, me passaram uma energia muito feminina e leveza. Reparando com mais atenção no detalhe, as folhas da goiabeira possuem nervuras bem marcadas dentro de seu formato arredondado, criando sustento adequados, da mesma forma que um esqueleto. E as flores então? São delirantes… Quem já teve a oportunidade de ver bem de pertinho uma flor de goiabeira, sabe bem como são belas e surpreendentes lembrando um “pom-pom” de brinquedo com seus diversos estames. Li recentemente em um dos livros aqui no escritório, que as pétalas de goiabeira são comestíveis e mantém o perfume quando colhidas logo no amanhecer… Alguém já experimentou? Outra curiosidade que descobri, é que o nome goiaba é derivado de coyab que em tupi significa “sementes aglomeradas”. Justamente por ter tantas sementes é que esta árvore possui uma dispersão tão ampla e sempre podemos encontrar uma goiabeira pertinho de nós!! Também é sabido que os incas utilizavam a madeira da goiabeira para diversos ornamentos e os primeiros indícios de cultivo da goiabeira estão no México , no início da Era Cristã. FICHA TÉCNICA nome científico: Psidium guajava família: Myrtaceae origem: México, Colômbia, Peru e algumas referências também dizem Brasil porte: de 2 a 10 m de altura cuidados: planta de clima quente e solo bem drenado, adora umidade cultivo: propagação por sementes e começa a produzir no primeiro ano de vida
Primeira Árvore do Ano – AMOREIRA
Passei meus primeiros momentos do ano muito próxima de uma amoreira. Ela estava tão bonita que não pude deixar de admirá-la! Logo quando acordei hoje, veio uma vontade enorme de escrever sobre amoreiras e logo fui pesquisar informações nos meus livros. Lembro da minha infância quando passava horas incontáveis comendo as pequeninas frutinhas saborosas sob os três pés de amora que existiam no sítio do meu avô, quase sempre descalça. Tingia meus pés, boca e mãos, de roxo e vermelho como se fosse sangue… Morria de rir, brincando com a família ameaçando sujar a roupa com as mãos tingidas… Tenho ainda uma foto bem novinha, com cerca de 3 anos, que estou com minha melhor amiguinha – Paula – as duas com botas de galocha sentadas no chão da varanda, com as bocas, pés e mãos todos roxos de tanto comer amoras… Vou tentar achar essa foto e colocar aqui depois! A amoreira (Morus sp.) é uma árvore muito especial, da família botânica Moraceae – a mesma do gênero Ficus – possui inúmeras propriedades terapêuticas relacionadas ao consumo de suas folhas e frutas, alguns deles: anti-inflamatória, anti-oxidante, calmante, cicatrizante, diurética, expectorante, hipoglicêmica, laxante e revigorante. O nome Morus, do latim mora, quer dizer “demora” – possivelmente por sua brotação tardia, somente após o fim do inverno em países de clima frio. Eu pessoalmente, gosto de pensar no nome amora relacionado ao amor, especialmente na noite de ano novo, inspirando amor a todos nós que estávamos diante dela à meia-noite! Árvores resistentes, germinam e crescem espontâneamente por ter suas sementes dispersas pelo vento e por pássaros. Também podem ser enraizadas a partir de estacas. É originária da China, pode atingir até 10m de altura, e as duas espécies mais conhecidas são a Morus nigra (amora-preta) e a Morus alba (amora-branca). Na maioria das vezes são árvores dióicas, produzindo flores de sexo masculino e feminino separados. Há também a amora vermelha (Morus rubra). É facilmente encontrada também nas ruas da cidade de São Paulo, e possivelmente em muitas cidades de todo o mundo. Na época de frutificação é muito comum encontrar pessoas saboreando seus doces frutos na rua… linda imagem!!! A cultura do bicho-da-seda está diretamente relacionada a existência e disponibilidade de amoreiras – especialmente a variedade branca, pois são dos brotos de suas folhas que eles se alimentam. Os romanos acreditavam que a seda era um produto das folhas das amoreiras, pois não entendiam o que fazia o bicho-da-seda. Muito tempo depois de sua cultura ser introduzida em Constantinopla, o rei James I da Inglaterra queria que o país se tornasse independente na produção de seda e, erroneamente, plantou muitas mudas de amoreira-negra, inclusive nos terrenos onde hoje é o Palácio de Buckinghan, antes chamado Mulberry Garden. Em outros idiomas amoreira escreve-se: Alemão – maulbeerbaum Espanhol – moral Francês – murier Inglês – mulberry tree Italiano – gelso As amoras eram muito apreciadas em Chipre e no Egito. Também nas festas romanas dedicadas a Minerva (deusa romana equivalente a Atena – deusa grega). A árvore está ligada a mitologia dos jovens Píramo e Tisbe, pois a cor dos frutos é relacionada com o sangue dos jovens apaixonados. As famílias inimigas não aprovavam a união, um dia decidiram fugir e marcaram o encontro sob uma amoreira. Tisbe chega primeiro ao local e encontra uma leoa com a boca ensaguentada da caça recente, com medo foge e perde seu véu que é rasgado pela leoa. Quando Píramo chega e vê o véu manchado e dilacerado, crê que sua amada morreu e atravessa seu peito com a espada. Tisbe então volta e vendo seu amor morto também se mata com a mesma espada. O sangue jorrado pela morte tinge os frutos de amora brancos, que depois deste acontecido passam a ser vermelhos. Ah, só para confirmar melhor, existem diversas outras espécies que recebem o nome popular de amora. Uma das mais citadas, diferente da Morus sp. seria a Rubus sp. que é da família das framboesas e cultivada comercialmente para a produção do fruto.
Mapa das Árvores
Desde que comecei a identificar árvores e querer descobrir o “quem é quem” das espécies, gêneros e famílias, comecei intuitivamente a mapear árvores por onde passava. Ainda me lembro quando percebi a necessidade de elaborar um mapa ou formas de mostrar para o maior número de pessoas possíveis, quais árvores estavam ali pertinho delas, que produtos consumimos que vêm de cada um delas, que conexão elas têm com nossa cultura, tradições e história. Tudo isso faria as pessoas entenderem melhor o vínculo estreito que temos com as árvores e com toda natureza, e consequentemente cuidaremos muito mais daquilo que conhecemos. Fazia pequenos mapas a mão, sinalizando minhas novas descobertas, memorizava cada uma das árvores por suas características morfológicas e peculiaridades em relação ao ambiente em que vivem. Teve uma ocasião que conheci a Maria Fernanda, um pessoa muito especial que simplesmente colocou esse sonho de mapear as árvores com o nosso olhar em prática, através de seu projeto de conclusão de curso – Plantando Olhares. Também tive a alegria de certo tempo mais tarde, junto com Luciano Ogura, fazer um belo mapa fotográfico das árvores que habitam o Parque da Luz. Fomos aprimorando e completando este mapa ainda mais com o auxílio de Adriana Sandre e também de todos que trabalham no Parque, em especial o administrador – André Camili, que sempre nos deu muito apoio e atenção. Além destas vivências, convidamos todos os visitantes, amigos e clientes do Árvores Vivas a criar colaborativamente com a página de Fotos e Depoimentos sobre as árvores, criando uma versão de mapeamento vinculada a emoção que cada um têm ao encontrar ou vivenciar uma história com uma árvore em especial. Esses dias recebi por indicação do Matias, um grande amigo da natureza, a divulgação de um trabalho colaborativo de mapeamento das árvores frutíferas em locais públicos de São Paulo, iniciativa de Isaac Kojima. Saiba mais no artigo do blog dele sobre alimentação e alimentos – Onivoro. Você também pode acessar o mapeamento que está sendo feito aos poucos através do Google Maps clicando aqui. Para encerrar os mapas de árvores, nós do Árvores Vivas também estamos alimentando nosso mapa fotográfico de árvores no PANORAMIO, que possibilita referenciar as imagens no Google Maps e Google Earth! Visitem!!!
Mamoeiro vivo no centro
Passando pela Rua Brigadeiro Tobias, próximo do número 640, no centro da cidade de São Paulo, ao observar o antigo prédio onde hoje funciona um estacionamento, notamos a presença de um nobre mamoeiro sobre a laje do primeiro andar! Imaginem a cena: alguém saboreando uma fatia de mamão olhando pela janela do prédio, ou até mesmo um passarinho que comeu as sementes de um mamão em outro canto da cidade… Uma vez que a semente, com todo potencial de vida, encontrou a terra rala que deve existir sobre a laje desse prédio, sentiu-se pronta para emergir e crescer, vivendo sua essência! Viva a vida do mamoeiro! Será que alguém colhe seus frutos?
Jaboticabeira – Memória viva da minha infância
Brazilian Grape Tree – Living memory of my younger years Desde que me lembro por gente, vivo em torno das árvores do sitio do meu avô. Junto com minha mãe e avó, eles escolheram e plantaram todas as árvores daquele que estava começando a ser o local de maior freqüência e encontros da minha família. As a child, ever since I can remember, I liked being close to the trees at my grandpas orchard. Together with my grandma and my mum, they chose and planted all the trees in what was beginning to be the most frequent spot for family reunions. Passaram-se 27 anos e hoje lembro-me que quando pequena, acordava ansiosa para brincar no pomar e na terra embaixo das árvores frutíferas dos mais variados tipos e também subir nelas: abacateiros, laranjeiras, limoeiros, pitangueiras, amoreiras, romãzeiras… Twenty-seven years have passed. I remember when I was little, I used to wake up anxious to go to the orchard and play with the dirt under all different kinds of fruit trees, and also climb them: avocado tree, orange tree, lemon tree, black berry tree, and so on … Meu avô que a 17 anos não vive mais entre nós, deixou esse sítio que para mim é como um santuário e a partir deste ano estou encarregada de retomar os cuidados necessários para a boa cultura e vida das plantas. It’s been 17 years since my grandpa passed on, and this orchard that he cared for with so much love has become a sanctuary for me. And from the beginning of this year, I am in charge of cultivating it and tending to all its trees and plants, and making sure their needs are being met. No ano passado, quando comecei a entrar em contato com essas lembranças, revivendo a sensação de acolhimento, proteção e encantamento que essas árvores e espaço me traziam, visitei o sitio e tive a alegria de encontrar essa Jabuticabeira carregada de frutinhas pretas, redondinhas, brilhantes e super saborosas. Dizem que a jabuticabeira quanto mais velha mais frutifica. Incrível que mesmo com pouquíssimos cuidados essa árvore nativa da Mata Atlântica, carregue seus troncos com tantos frutos que só de olhar já nos surpreendem por compor imagem tão única e surreal… Last year, when I came to grips with these memories, recalling the feeling of sheltering, protection and enchantment that those trees and that orchard gave me, I went back there, and my favorite sight was this jaboticaba tree full of perfect, shiny little black spheres — a delicious fruit. This species is well known for producing more fruit the older it gets. It’s amazing, though, that with almost no care, this Atlantic Forest native still had trunk full of fruit, surprising me with this unique and surreal vision… A Jabuticabeira pertence à família botânica Myrtaceae que compreende 130 gêneros e cerca de 3.000 espécies. São plantas arbustivas ou arbóreas representadas nas Américas principalmente pelas frutíferas. O nome tem origem no Latin myrtus; ou do grego myrtos (perfume) devido ao aroma exalado pelas flores. The Jaboticaba Tree belongs to the botanic family of Myrtaceae, which includes 130 genera and approximately 3,000 species. They are arboreal or bush plants represented in the Americas mainly by fruit trees. The name has its origin in Latin myrtus; or Greek myrtos —perfume — because of the scent exuded by the flowers. A espécie mais provável desta da foto é a Myrciaria cauliflora. Seus frutos pequenos, de casca negra e polpa branca aderida à única semente, crescem no tronco e ramos, dando uma característica peculiar à árvore. Além de consumidos in natura, deles podemos fazer licor, geléia e aguardente tirando proveito de seu sabor doce-acidulado. Muito cultivada em pomares domésticos, floresce duas vezes por ano. Para fins medicinais sua casca é mencionada como remédio para a asma. The species in this picture seems to be Myrciaria cauliflora. Its little fruit, with reddish-black skin and white pulp protecting its only seed, grows all over the trunk and branches, giving the tree a peculiar look. Besides eating the fruit raw, we can also make liqueur and jelly, taking advantage of its acid-sweet flavor. It’s often grown in domestic orchards, and flowers twice a year. Its bark is mentioned as a good medicine for asthma. ——— Fontes: Wikpédia, E-Jardim English: Wikpedia ———- This post is participating in the Festival of the Trees #21 at Orchards Forever Este post está participando do Festival das Árvores #21 no blog Pomares para Sempre ———- The English edition of this post has the special collaboration of Dave Bonta from Via Negativa. Thanks a Lot for the help Dave! A versão em Inglês deste post tem a colaboração especial de Dave Bonta do blog Via Negativa. Muito obrigada por sua ajuda Dave!