Dia da Árvore – A árvore que marcou sua vida!

As ações promovidas pelo Árvores Vivas sempre buscam ampliar o vínculo entre as pessoas e as árvores. Temos em nosso blog desde 2007 um espaço para todas as pessoas compartilharem seus depoimentos e expressões sobre as árvores especiais de suas vidas. Veja os depoimentos já publicados no blog aqui Hoje é Dia da Árvore e nossos amigos, parceiros e colaboradores estão desde o dia 17 a todo o vapor com o FESTIVAL CULTIVAR que acontece pelo terceiro ano na cidade de São Paulo. Pedimos para alguns deles depoimentos especiais sobre as árvores em suas vidas e hoje compartilhamos alguns destes momentos com vocês. Uma homenagem a cada uma das pessoas que estão dedicadas com tanto compromisso, alegria e coração ao Festival Cultivar e a ÁRVORE que habita a memória e coração de cada ser humano!! ÁRVORE DOS DESEJOS     “Minha história com as árvores esta ligada à minha avó materna com quem convivi até os seus 92 anos. Minha formação é em exatas, mas a vontade de estar ao ar livre com algo vivo e não fechada em um escritório, fizeram me aproximar muito mais da minha avó. Ela tinha muitos vasos numa lajezinha, vasos de tudo o que você pode imaginar: baldes, vasos de ceramica, bules, tetrapaks. Primeiro eu estranhei toda aquela “bagunça”, mas olhando um pouco mais de perto, comecei a perceber quanta vida havia naquele jardim. Ela semeou uma semente de caqui que ela mesma comeu, e eu brincava muito com ela, perguntava quando eu iria comer os tão esperados caquis. O tempo passou e ela faleceu. Um dia fui transplantar o caquizeiro para um outro vaso e tive uma das experiências mais incríveis da minha vida. Ao tocar na terra da minha avó vi que as raizes do caquizeiro tinham uma coloração mais escura e senti um aroma de chocolate no ar. Naquele momento me senti muito no presente, uma conexão muito forte minha com a planta, num processo meditativo incrível! Anos mais tarde me mudei e levei o caquizeiro comigo. Plantei-o na Praçaa Miriam de Barros, em SP. Foi incrível, pois pude compartilhá-lo com outras pessoas e entender o quanto ele é importante para mim. Aproveitamos para fazer desejos do coração. Quando ele crescer, der flores e frutos, seus galhos estarão mais proximos do céu e levarão nossos desejos que, com o vento, quem sabe se realizarão. Foi um dos dias mais felizes da minha vida!!” – Caren Lissa Harayama, paisagista NAS ÁRVORES, AS AVES  “Sempre olhei para a natureza e para as árvores com encantamento, curiosidade e, ao mesmo tempo, preocupação de continuarem sendo o que são, ou seja, proporcionando felicidade, bem estar e diversidade para as nossas vidas. Tive o privilégio de ter um avô que me proporcionou um olhar naturalista e protetor da natureza que nos rodeia, o que me encaminhou para a Biologia, para o mundo dos animais e especialmente para as aves, pois sou um observador e estudioso apaixonado desses seres! Portanto minha relação com as árvores é emotiva, mas também racional, pois sei muito bem quem são e o que são. Lembro que desde pequeno – e confesso que até hoje-, não perdia a oportunidade de subir em uma árvore para refletir sobre a vida, observar o ambiente em um outro ângulo, estar mais em contato com elas, os animais e também para me esconder quando fazia algo de errado. Nessas horas quem me mais me salvava era um pé de fruta-do-conde (Annona squamosa), do quintal de meu avô. As árvores para mim são vida e proteção!” – Luccas Longo A ÁRVORE QUE CONVERSOU COMIGO “Passei a caminhar por uma trilha que tinha cerca de 2 km, dentro de uma propriedade particular no Amazonas. Os povos nativos dizem que a natureza nos reconhece quando somos educados e respeitosos. Então antes de partir para dentro da floresta sempre agradeço, peço licença e proteção. Naquele dia, a caminhada me levou até uma árvore muito alta. Quando a vi, empaquei. Foi como se meus pés tivessem travado no chão. Estava em um momento de vida complicado, tendo que me desapegar de coisas que amava muito. Comecei a chorar. De repente, senti uma energia muito forte – e eu de frente para ela. “A floresta que você vê aqui não esteve sempre assim. Para que todas essas árvores existissem, outras tantas tiveram que, naturalmente, tombar. E para que ela continue existindo, as árvores que você vê hoje também seguirão seu ciclo e tombarão um dia, para dar lugar a outras mais novas. O movimento constante é necessário para a manutenção da vida”, ouvi. Ao sentir isso profundamente – uma verdade tão óbvia e importante de ser lembrada naquele exato momento – enxuguei as lágrimas e agradeci. Cheguei a voltar lá outras vezes. É como reencontrar uma velha amiga. Ao vê-la, sorrio, respiro fundo e parto para um abraço. As árvores falam…é só ter ouvidos para ouvir.” – Karina Miotto, jornalista ambiental MULTIPLICAÇÃO DE ÁRVORES “Fui criada num apartamento com um quintal cheio de árvores frutíferas, floríferas, nativas e exóticas. Aprendi no meu dia a dia de criança a importância que elas tinham, os cuidados e respeito que devemos ter por elas. Subíamos em seus galhos para colher frutos, nos dependurar e, no fim de tarde e dias de bons ventos, deitar sob sua sombra e sentir aquela chuva de pétalas cair sobre meu corpo. Em 2008, com meu filho Gabriel ainda de colo, comecei a buscar pelas plantas da minha infância. Lembrava da árvore com flores roxas em formato de pequenas trombetas que, ao caírem no gramado, me faziam lembrar a alegria na minha juventude. Fui me apaixonando ainda mais por elas.Tenho colocado muitas sementes pra germinar e poder acompanhar a luta que as árvores fazem pra nos presentear com sua beleza, cada uma com a simplicidade que me instigou a tornar minha varanda de apartamento num pequeno viveiro de mudas. Hoje posso dizer que sou uma botânica viveirista por experiência e dedicação. Neste dia tão maravilhoso, 21 de setembro, desejo que todos possam um dia fazer germinar uma semente e ter o prazer de poder cuidar de

Encontrando o Baobá

Assim como na passagem do ano de 2009 para 2010 fiquei sensibilizada com a presença de uma amoreira; na passagem desta década (2010-2011), a árvore do momento é o BAOBÁ. Os acontecimentos em torno desta árvore foram simplesmente chegando como os mais belos presentes de Natal da minha vida. A muito tempo, desde o começo do Árvores Vivas, sempre que podia mencionar árvores cuirosas e famosas nas atividades, lembrava do baobá fazendo referência ao famoso Pequeno Príncipe. No final de 2010 conheci uma pessoa muito especial, que dotada de grande sensibilidade e idéias de vida muito simples, mencionava em todas nossas conversas o Pequeno Príncipe como inspiração, tão forte esta conexão, que dela ganhei de presente o próprio livro, que guardo, leio e releio com muito carinho. Coincidência ou não, uma das minhas grandes amigas, Chantal, que me conhece desde o momento em que o Árvores Vivas nasceu, quis compartilhar um presente muito especial que recebeu de seu pai, o fruto de um BAOBÁ! No dia em que eu o peguei, a sensação de maternidade e cuidado com o fruto, inteiro e ainda fechado, foi imediata. Levei ele comigo para uma cidade no interior, para abri-lo no último dia do ano. Foi um momento muito especial, onde cada segundo revelava uma surpresa e descoberta, como as fotos abaixo revelam! Sua estrutura quando aberta me trouxe muitos insights, principalmente o de um senso de nutrição incrível. Todas as suas sementes protegidas por um pó parecido com uma “espuma”  semi-rígida – semelhante ao do jatobá, estão conectadas com o galho da árvore, por onde flui a seiva, através de sensíveis conexões que lembram veias do nosso pulmão. Conhecendo um pouco mais sobre o próprio baobá, podemos descobrir muitas coisas novas: Sendo um baobá africano, sua espécie mais provável é a Adansonia digitada da família botânica das Malvaceas, por isso parente das paineiras e samaúma brasileiras; Outros nomes populares do baobá são: imbondeiro (Angola, Moçambique, Madagascar e Namíbia), árvore-do-rato-morto (devido à forma como os frutos aparecem), árvore-do-macaco-pão (o fruto faz lembrar a pele do macaco e quando seco faz lembrar farinha de pão), árvore-de-cabeça-para-baixo (os ramos esparsos assemelham-se a raízes) e árvore-de-creme-tártaro, em francês, é conhecida como arbre de mille ans (árvore-dos-mil-anos) em suaíli como Mbuyu, Mkuu hapingwa, Mkuu hafungwa e Muuyu, no entanto em toda a África é conhecida como árvore-da-vida! O fruto do baobá realmente é especial: conhecido na Angola por mukua ou máqua sua polpa seca e comestível, desfaz-se facilmente na boca e o seu sabor é agridoce, sendo rica em vitaminas e minerais. Pode ser tomada como uma bebida fresca quando dissolvida em água; a polpa também é utilizada para a alimentação, em tempos de escassez de comida; possui duas vezes mais cálcio que o leite e é rica em anti-oxidantes, ferro e potássio, e tem 6 vezes mais vitamina C do que uma laranja. Quando lembramos do baobá, logo pensamos no Pequeno Príncipe. Mais interessante ainda, para nós brasileiros, é pensar que Antoine de Saint- Exupéry insiprou-se conhecendo pessoalmente os baobás no Nordeste. Veja fotos de baobás em Recife e em Natal. Em abril de 2009 seu sobrinho, François d’Agay e plantou um baobá em Itu – fotos do plantio aqui!

Jaqueiras salvam vidas em enchente de Alagoas

Matéria da BBC Brasil fala sobre a aflição que os moradores da comunidade Quilombola de Muquém em Alagoas passaram, enquanto esperavam a enchente acalmar e a água abaixar, acomodados nos galhos de duas jaqueiras próximas de suas casas. Relatos dos moradores sobre a importância destas árvores no momento de maior desespero da comunidade me emocionaram muito e faço questão de compartilhar o link da matéria com os leitores do Blog do Árvores Vivas. Acessem a matéria clicando aqui. Cuidem bem das suas árvores, elas podem salvar suas vidas! Juliana Gatti – Árvores Vivas