O que vemos no “vazio” da Bienal?

A 28.a Bienal de São Paulo – “em vivo contato”, sob curadoria de Ivo Mesquita e Ana Paula Cohen acontece até dia 6 de dezembro de 2008, terça a domingo das 10hs as 22hs no Parque do Ibirapuera. VALE A PENA CONFERIR! Nesta edição, a curadoria espera possibilitar um momento de reflexão a partir de diversos subsídios para o conhecimento e a compreensão da instituição e do modelo de exposição que representa. O que se quer é abrir um processo de análise da sua condição atual, experimentar outros processos de produção do evento, e buscar formas alternativas para uma mostra de arte. O objetivo é responder às demandas e desafios que se apresentam à instituição no século XXI, e colocar a Bienal de São Paulo novamente “em vivo contato” com a sua história, a sua cidade, os seus pares e o seu tempo. Quem visitar o espaço expositivo descobrirá novas formas de apresentação das obras que focam muito mais a participação e integração com o público. Também, todos se deparam com a surpresa de encontrar o segundo andar do pavilhão de exposições livre, este espaço recebe justamente o nome Planta Livre, que é um dos cinco pontos trabalhados por Le Corbusier na linguagem arquitetônica moderna. Como o site da Bienal explica: “Ao contrário das bienais anteriores, que transformaram todo o interior do pavilhão modernista em salas de exposição, desta vez o segundo andar está completamente aberto, revelando sua estrutura e oferecendo ao visitante uma experiência física da arquitetura do edifício. É nesse território do suposto vazio que a intuição e a razão encontram solo propício para fazer emergir as potências da imaginação e da invenção. Esse é o espaço em que tudo está em um devir pleno e ativo, criando demanda e condições para a busca de outros sentidos, de novos conteúdos.” É nesse espaço rico de potenciais, onde novas percepções e conexões podem ser estabelecidas que eu, inclinada pelo olhar natural e voltado para o ser vivo de maior inspiração deste blog não pude deixar de notar a força de presença e composição entre o espaço e as árvores que habitam o entorno do pavilhão. Lindas, no entardecer do dia, contrastando com o azul do céu. Seus galhos ramificados criam uma composição original em oposição às linhas retas das esquadrias das janelas. É como um grande painel que se revela ao nosso olhar e encanta, possibilitando visitar as alturas de suas copas que normalmente não apreciamos deste ângulo. Ao subir a rampa fui notando a mudança desse painel vivo que animou minha alma, abrindo espaço em meu ser para receber toda expressão do andar de cima, onde, com muito mais tranquilidade e expansão dos meus limites descobri e percebi as visões variadas e novas de tantos artistas. Recomendo a visita nestas duas últimas semanas da Bienal, consultem a programação no site pois tem muitas atividades bem interessantes acontecendo! Aproveitem para cumprimentar nossas amigas árvores a partir do segundo andar! Todos que tiverem a oportunidade de ir à Bienal e quiserem registrar e mostrar sua visão e sentimento da planta livre, estão convidados a enviar suas imagens e teremos alegria em publicá-las aqui com suas impressões!