Parque da Luz comemora 212 anos!
O Parque mais antigo da cidade de São Paulo vai comemorar 212 anos dia 19 de novembro de 2010, quando é também comemorado o Dia da Bandeira! A equipe da administração do parque, junto com o conselho gestor, conseguiu preparar uma programação de atividades culturais muito especiais! O Árvores Vivas através da participação da Juliana Gatti Pereira no Conselho Gestor, compõe as atividades em comemoração ao aniversário do Parque oferecendo um Passeio Verde aberto no dia 19 a partir das 14h30min saindo da Casa do Administrador. Nos vemos lá! PROGRAMAÇÃO ANIVERSÁRIO PARQUE DA LUZ 18/11 Entre 14h e 14h30min. – visita monitorada das esculturas no Parque da Luz organizada pela Pinacoteca 19/11 12 h – Os Mandi Chorão (grupo de violeiros de música caipira) 14h30min – Passeio verde organizado pela Árvores Vivas (passeio monitorado pelo parque para o reconhecimento e investigação das árvores e da natureza) 16h – “Clownbaret” (grupo de teatro organizado por palhaços que fazem a troca de suas experiências com o público. Eles criam um espaço e intercâmbio entre os artistas da área e trazem cada vez mais o espectador para perto deste mundo dos palhaços) 20/11 10h – Grupo Improvise (grupo especializado em Teatro de Reprise, um tipo de arte teatral baseado na espontaneidade que recria contos da vida do público no palco) 11h30min. – Coral Polonês 14h – Dança de Hip-hop B-boy Coral das mães coreanas Orquestra Three Angels 21/11 11h – Banda “Saunoflex” (banda que reúne a mistura do jazz-rock-funk-groove em suas músicas) 12h – Felipe Montanari (ator e músico que leva aos palcos suas experiências vividas ao redor do mundo de maneira divertida e espontânea) 14h – Banda “Simacontradita” (banda que interpreta grandes nomes do rock e da MPB nacional dos anos 60) 16h – Dança contemporânea “Avoa” (grupo de dança contemporânea que estabeleça diferentes linguagens artísticas que explora diálogos da própria dança com espaços públicos e não convencionais e o cruzamento entre improvisação com artes visuais, teatro, performance e poesia)
NOVEMBRO ESPECIAL ÁRVORES VIVAS NO SESC SANTANA
O Árvores Vivas preparou uma série de vivências especiais para os sábados de Novembro no SESC Santana. Dia 6 de Novembro às 10:30 – OLHAR INVESTIGATIVO Atividade onde as pessoas são convidadas a explorar novos ângulos de apreciação da natureza, por meio de diversas técnicas de registro (como poemas, diários, coleta de elementos naturais, fotografias, vídeos, depoimentos e desenhos), criando um mosaico de leituras sensíveis desta natureza que está viva todos os dias em nossos caminhos. Todos que quiserem participar devem escolher um tipo de processo investigativo que é mais confortável e, em meio à sensibilização sobre a vegetação e árvores do caminho, vamos fazer registros que serão compartilhados aqui no Blog do Árvores Vivas. Vamos também conhecer os jequitibás e pau-brasil que habitam as proximidades do SESC Santana!! DICA – Como a atividade é ao ar livre, use protetor solar, leve água e chapéu! Também fique a vontade para levar alguma fruta ou alimento para a caminhada. Dia 13 de Novembro às 10:30 – CELEBRANDO AS ÁRVORES Ao lado da unidade SESC Santana, os participantes deste encontro irão aprender passo-a-passo sobre como plantar uma árvore. Antes disso, farão uma reflexão sobre as árvores de suas vidas e mentalizarão os desejos que esperam para as gerações futuras. Estes desejos serão plantados junto com a árvore para que cresçam e se multipliquem como seus frutos. Também falaremos sobre como escolher a espécie adequada para cada situação. DICA – Como a atividade é ao ar livre, use protetor solar, leve água e chapéu! Também fique a vontade para levar alguma fruta ou alimento de sua preferência para a caminhada. Venham com muita energia para plantarmos esta árvore juntos!!! Dia 27 de Novembro às 10:30 – ÁRVORES PERSONALIZADAS, ILUSTRAÇÃO E SEUS ELEMENTOS A partir da exposição do acervo de elementos das árvores, mudas, imagens diversas e exercícios de soltar o traço, as pessoas serão convidadas a ilustrarem a sua árvore. Depois dos desenhos, criando uma reflexão sutil de intenções com sua própria vida e para um mundo melhor, serão criadas copas de árvore a partir de troncos cerâmicos. NÃO PERCA ESSA CHANCE! PARTICIPE!!!
Feira de Trocas de Sementes – dia 4 no Tendal da Lapa
Exposição Identidade, Natureza e Cerâmica
Identidade, Natureza e Cerâmica – A simplicidade dos detalhes nas peças que revelam a diversidade de natureza e cultura de regiões e comunidades tradicionais do Brasil. Sinalizações desde a área de alimentação ao 8o. andar (espaço expositivo), é só embarcar e curtir a viagem! Exposição no SESC Consolação até 27 de novembro – São Paulo – SP A sociobiodiversidade brasileira é um dos bens mais importantes da nossa sociedade contemporânea. A necessidade da sua conservação, valorização e desenvolvimento exige de nós um grande esforço de entendimento dos diferentes interesses envolvidos. A exposição identidade, natureza e cerâmica traz este olhar com o objetivo de apresentar, divulgar e refletir sobre a inclusão da perspectiva humana no ambiente natural e sobre as relações socioculturais. Os biomas brasileiros, Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampas, Pantanal e Zona Costeira, fornecem os materiais naturais e a inspiração para a vida e para a produção de seus habitantes mais próximos, apresentando características e identidade de cada região. As peças em cerâmica selecionadas representam um recorte do Brasil atual onde remanescentes quilombolas, etnias indígenas, artesãos tradicionais e novos artesãos de cidades do interior, todos, a partir de suas realidades locais, desenvolvem o saber tradicional e artesanal ao modelo individual e coletivo. Programa de Turismo Social do SESC-SP As atividades programadas pelo SESC SP para o Dia Mundial do Turismo 2010, se propõem discutir, o papel do turismo como possível agente de conservação ou degradação da biodiversidade no Brasil. Tem como objetivo geral, a elevação da consciência sobre a importância da conservação da diversidade biológica brasileira, promovendo a reflexão sobre sua relação com as práticas turísticas consolidadas no país. Projeto Árvores Vivas e Projeto Oficina Nômade A parceria dos projetos Árvores Vivas e Oficina Nômade com o SESC Consolação tem uma grande sinergia com as atividades programadas e compromisso do Programa de Turismo Social do SESC-SP. O Projeto Árvores Vivas tem como missão promover e desenvolver ações educativas, projetos culturais, paisagismo e produtos que valorizem as árvores e a natureza, promovendo um olhar contemplativo, reconhecimento das árvores de nosso entorno e preservação. O projeto criado pela designer Juliana Gatti propõe a re-conexão das pessoas com as árvores, que acontece a partir de informações de caráter histórico e científico, além de atividades criativas e de sensibilização. E o Projeto Oficina Nômade é um projeto de pesquisa, criação e desenvolvimento de produtos cuja atuação se dá por meio da valorização dos recursos naturais, da cultura tradicional local e das técnicas artesanais, atuando também na promoção e na divulgação destes conceitos. O projeto, criado pelos designers Christian Ullmann e Tania de Paula, nasceu com o objetivo de identificar, apoiar, divulgar e fortalecer o mercado de produtos comunitários que utilizam de forma sustentável os recursos naturais, valorizando as florestas como fonte de renda e colaborando para a melhoria da qualidade de vida das comunidades envolvidas. O encontro dos Projetos Árvores Vivas e Oficina Nômade com o Programa de Turismo Social do SESC-SP tem por objetivo, promover a apresentação e divulgação, estimular a produção e uso de produtos artesanais que valorizem características naturais, resgatem aspectos culturais e históricos, valorizem a identidade regional, a cultura local e promovam a geração de renda e o desenvolvimento social e cultural das diferentes regiões do Brasil.
PRIMAVERA EM SÃO PAULO – APROVEITEM A CAMINHADA!
TURISMO e SOCIOBIODIVERSIDADE – SESC Consolação
Dia da Árvore no CES Alphaville
Sábado dia 18 de setembro, tem comemoração para o DIA DA ÁRVORE no Centro de Educação para a Sustentabilidade em Alphaville! A equipe Árvores Vivas irá expor o acervo de elementos das árvores, comercializar mudinhas, palestra “Um olhar sobre as árvores”, fazer uma caminhada de sensibilização na trilha e mostrar a forma correta de plantar uma árvore passo-a-passo! Participem e levem toda a família para este encontro especial! Esperamos vocês lá!
1.a Semana Cultural das Árvores
O Árvores Vivas junto com Sandra Sicicliano, iniciativa Pedal Verde, Movimento Bandeirante, Fauna Florensis e colaboradores, está organizando a 1.a Semana Cultural das Árvores, que acontecerá de 21 a 26 de setembro de 2010 no Parque da Luz, região e duas praças de São Paulo. Na semana em que somamos o Dia da Árvore + Dia Mundial Sem Carro + entrada da Primavera; a 1.a Semana Cultural das Árvores não poderia acontecer em outro local se não no 1.o Jardim Público da cidade de São Paulo! Um evento ambiental inédito e pioneiro na cidade! Tem por objetivo promover e estimular uma cultura de apreciação e reconhecimento das nossas conexões com a natureza, principalmente habitante da cidade, através de atividades como: PASSEIO VERDE, OBSERVAÇÃO DE AVES, 1.o PIC NIC DE TROCAS DE SEMENTES E MUDAS, ENCONTROS COM CUIDADORES DO VERDE, PLANTIO DE ÁRVORES PARA GERAÇÕES FUTURAS, ATIVIDADES ARTÍSTICAS, EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIAS, SEMENTES E FRUTOS DAS ÁRVORES DO PARQUE, MOVIMENTO LIMPE O MUNDO, PEDAL VERDE e muito mais. As atividades são gratuitas, abertas a todo o público e para todas as idades! Confiram a programação clicando aqui e também no Catraca Livre Ajudem a divulgar esta iniciativa! Esperamos você lá!
Árvore das Lágrimas
No Estadão do dia 30 de agosto, José de Souza Martins nos presenteia com este artigo. José de Souza Martins, josedesouza.martins@grupoestado.com.br – O Estado de S.Paulo – 30 de agosto de 2010 É muito triste vê-la assim, sozinha e solitária, velhinha, à beira do caminho, sem o afago da brisa do campo nem a mansa ternura da garoa de seus tempos de juventude. Já não há poetas que lhe dediquem versos, nem jovens estudantes que a cortejem. Ou velhos viajantes que a visitem para um dedo de prosa. Ou tropeiros que lhe contemplem a beleza numa tarde de sol. Sobretudo, já não há lágrimas que lhe reguem as raízes. Todos passaram e se foram, todos partiram sem dizer adeus. Foram muitos os anos em que os que vinham de longe, ou para longe iam, ansiavam por vê-la na curva do caminho antigo. Era ali que todos se davam conta de que o passo adiante era possível, o longe era perto, na sacramental sombra da antecipação da chegada e do ir adiante. Lugar de pouso e de repouso. Lugar de espera e de esperança. Danton Vampré, acadêmico de Direito, poeta e teatrólogo, dedicou-lhe enternecido poema há 100 anos, no começo do século 20: “Árvore dos prantos, árvore esquecida, tão formosa foste, quão velhinha estás! És como uma branca e solitária ermida, cujos crentes foram-se através da vida, sem voltar os olhos tristes para trás.” Outros admiradores, muito antes, sobre ela deixaram notas e afagos, como A. Emílio Zaluar que ali descansou, em 1861, a caminho de Santos: “Pouco mais adiante de Ipiranga, encontra-se uma belíssima figueira brava, cujos galhos, bracejando em sanefas de verdura, formam um dossel em toda a largura da estrada. É este o sítio das despedidas saudosas. Aqui vêm abraçar-se e jurar eterna amizade aqueles que se separam, para em opostas direções da estrada seguirem depois, e quantas vezes na vida, um caminho e um destino também diversos.” Montado numa impolítica mula, afeita às durezas da subida da Serra do Mar, mas roceiramente avessa aos atropelos e pressas da história, sob a galhada da figueira passou o príncipe d. Pedro, para alcançar, pouco adiante, e alguns minutos depois, a guarda de honra que o acompanhara desde Santos e se adiantara. Era a tarde de 7 de setembro de 1822. Nem o príncipe nem a mula estavam preparados para o inesperado do que aconteceria às margens do Ipiranga dali a pouco. Pedro Américo substituiu a mulinha simples e trabalhadeira, em seu quadro celebrativo do acontecimento, Independência ou Morte, por um majestoso cavalo castanho, próprio para aquele grande ato de nosso destino. Do mesmo modo como se imaginava o povo, a mula que carregava o príncipe não se prestava para carregar a história. A velha árvore sobrevive, ao lado de um ponto de ônibus, na Estrada das Lágrimas, vizinha à casa n.º 515. Acabou abraçada e sufocada pelo crescimento urbano anômalo, no flanco da favela de Heliópolis, como incômodo vegetal atravancando o trânsito. Em agonia lenta, a vergonhosa agonia de nossa memória histórica.
Plantada no chão
Esta crônica é parte integrante da obra conto na rua estórias de São Paulo & outras estórias escritas, impressas e distribuídas por Ignacio Mendes jicmendes@gmail.com PLANTADA NO CHÃO Na cidade pouca gente ainda sabe o nome das árvores. Aquelas que sobraram, imprensadas num buraco do concreto, ficam mais anônimas a cada dia. Porém, de vez em quando uma delas encontra um jeito de marcar presença. Como aquela na calçada do largo, bem ao lado da igreja, diante de um dos braços do transepto, chamada de árvore como a meia-dúzia de companheiras suas que rodeiam a praça. Como elas, já alcançou uma boa altura, pois o cimo da sua copa quase chega no nível do telhado da igreja. Mas será notada pelos moradores que a encaram da janela do terceiro andar? Pelos transeuntes que não têm tempo de ficar na sua sombra? Que reclamam da calçada estreitada, impraticável nos horários de pico? Chamam-na apenas de árvore. Até que um dia ela começou a dar frutos. De início pequenos e escondidos, visíveis somente aos passarinhos gulosos que alvoroçam o ar da praça. Depois, o talo que liga os frutos ao tronco se fortaleceu e os frutos começaram a crescer. Muito feios a princípio, lisos e disformes, incharam e se enrugaram até que os passantes podiam vê-los, apontá-los com o dedo e dizer seu nome: “jaca”. Tornaram-se opulentos, verde-claros, dependurados por um talo forte e espalhados por toda a árvore. Feios ainda, mas – como saber? – a beleza tem seus meios de surpreender onde menos se espera. Suscitavam a admiração de quem sempre passava por lá e contava a cada vez uma nova protuberância. Dez, onze, doze, treze, até perder a conta. Uns poucos temiam ser atingidos na cabeça pelas frutas gordas e suculentas. Quem sabe o quanto pesam, se aquele talo agüenta – e não havia ninguém para fiscalizar o seu crescimento. Outros entendiam a beleza daquela frutificação e a contemplavam. E a maioria saciou sua fome esticando os braços para colher os frutos. Como o casal de mulheres que parou debaixo dos galhos carregados, de olho nas jacas maduras. Nenhuma das duas tinha muita estatura, e só restavam frutas nos galhos mais altos da árvore. A primeira tentou um salto e voltou ao chão com uma pancada que despertou uma antiga ciática. – Não faça isso, disse a segunda, cuidado com as suas costas! Enquanto a primeira calmava a lombar, a segunda pediu emprestado um banquinho a um dos ambulantes que faziam ponto na calçada. A primeira subiu no banquinho e a segunda a amparou pela cintura, mas ainda faltavam alguns centímetros. Nenhum dos vendedores tinha uma vassoura para derrubar a jaca. Ninguém tampouco se dispunha a subir na árvore. A primeira já estudava a melhor abordagem para subir quando a segunda a impediu: – Assim não, desse jeito você se machuca! Pediram então a um rapaz que passava por ali se ele conseguia alcançar a jaca. Ele parecia alto e ficou ainda mais quando esticou os braços para cima. Deu um pulo, suas mãos agarraram a fruta e metade dela desceu junto com ele; a outra metade espalhou-se no ar e aspergiu seus ombros e as cabeças das duas mulheres. Ele lhes entregou a jaca partida, pronta para ser servida, e elas a dividiram com ele. Os gomos tinham sabor de cumplicidade e a baba grudava nos dedos como um agradecimento. Sobraram poucas árvores na cidade. Mas aquelas que ainda existem erguem a calçada com suas raízes, rompem o concreto e frutificam com força. Ficam tão conhecidas que ganham até nome próprio: aquela era a Jaqueira do Largo de Santa Cecília.