por Adriana Sandre
Ah inverno, que época linda para observar as nossas eritrinas… Quem já não se maravilhou com cada queda de folha e com as flores espetaculares que brotam no lugar? Seus troncos escuros numa tonalidade quase preta, contrastando com as inflorescências vermelhas lembrando pequenos “candelabros” chamam a atenção de qualquer espectador! Essas características tornam a eritrina uma árvore ótima para ser utilizada no paisagismo: no verão garante sombra e no inverno, com a queda de suas folhas, permite a passagem dos raios solares.
Suas inflorescências vistosas com nectários extraflorais atraem a avifauna, em especial os beija-flores, sendo considerada, portanto, uma árvore essencial à recuperação de áreas degradadas, em especial para matas ciliares (comumente encontrada em ambientes úmidos).
Essa foi a primeira árvore que eu tive oportunidade de olhar com mais cuidado, em uma ocasião onde tive que desenhá-la: reparando em cada galho retorcido saindo de seu tronco robusto, em dicotômicas ramificações fazendo um escultura fantástica, além dos seus acúleos!
Seu gênero Erythrina vem do vocábulo de origem grega “erythros” que significa vermelho e se refere a cor vermelha viva de suas flores. Já o epíteto específico speciosa tem origem latina que significa vistosa, referente também as suas flores. O nome popular mulungu é originário do tupi, “mussungú” ou “muzungú” e do africano mulungu e significa “pandeiro”, provavelmente em alusão à batida no seu tronco oco emitir som.
A eritrina tem madeira leve, porosa, mole, de baixa durabilidade é aproveitada em caixotaria leve. Suas folhas possuem alcalóides do grupo curare, utilizado pelos índios para entorpecer os peixes. Sendo que, na medicina popular, o extrato das folhas, casca e sementes são utilizados no tratamento de doenças infecciosas, porém sem efeito comprovado científicamente.
O gênero, de acordo com a Embrapa, possui cerca de 115 espécies, distribuídas em todas as regiões tropicais do mundo, estendendo-se nas áreas quente-temperadas, como no Sul da África, na Cordilheira do Himalaia e no sudeste dos Estados Unidos. As espécies de Erythrina ocorrem numa ampla variedade de habitats, desde o bosque tropical chuvoso de terras baixas a desertos subtropicais muito áridos até bosques montanos de coníferas acima de 3.000 m de altitude. Nas Américas são conhecidas 70 espécies do gênero, 31 na África e 12 na Ásia e Oceania. No Brasil, são encontradas cerca de 12 espécies, das quais oito ocorrem no Nordeste.
FICHA TÉCNICA
Nome popular: mulungu-do-litoral (Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo), suinã (Minas Gerais, São Paulo), corticeira (Rio Grande do Sul), sinanduva (Santa Catarina), eritrina-candelabro (São Paulo), corticeira
Nome científico: Erythrina speciosa
Família: Leguminosae – Papilionoideae
Ocorrência: Espírito Santo, Minas Gerais até Santa Catarina, na floresta pluvial atlântica.
Porte: 3 a 5 m de altura
Floração: Jun/Set
Maturação dos frutos/Multiplicação: Out/Nov. Propaga-se por sementes.
Ciclo de vida: Perene
Informações ecológicas: Pioneira
Principais usos: Paisagístico (jardins, praças e parques). Recomposição de áreas degradadas de preservação permanente.
Dicas e cuidados
Tipo de solo: Drenado; fértil
Luminosidade: Pleno-sol
Onde plantar: Jardins, praças
Recomenda-se adubação de duas a três vezes ao ano. A eritrina aprecia locais úmidos e não tolera baixas temperaturas. Quando podada radicalmente, a eritrina brota com renovado vigor embora seja mais bonita quando cresce naturalmente.